Só para assinantesAssine UOL
Opinião

Ibovespa: prévia do PIB e MP das subvenções movimentam o mercado hoje

Esta é a versão online da newsletter Por Dentro da Bolsa enviada hoje (20). Quer receber antes o boletim e diretamente no seu email? Clique aqui. Os assinantes UOL ainda podem receber dez newsletters exclusivas toda semana.

********

No Brasil, os investidores repercutem o índice IBC-Br de atividade econômica de outubro. Houve recuo de 0,06% em relação ao mês anterior. O índice acumula alta de 2,36% no ano. Os números semanais de fluxo cambial também serão divulgados nesta quarta-feira (20). Do lado político, foi adiada para hoje a votação, no Senado Federal, da MP das subvenções, que muda as regras de tributação de incentivos fiscais concedidos por Estados para empresas. A previsão é que o texto seja votado a partir das 16h. Os investidores também continuam repercutindo a elevação do rating soberano do Brasil para BB, no dia de ontem, em dia que o Ibovespa renovou sua máxima histórica, fechando em 131.848 pontos.

Nos EUA, os futuros das bolsas americanas operam em baixa, após os ganhos recentes dos últimos dias. Na agenda de hoje, saem os dados de vendas de moradias usadas de novembro e confiança do consumidor de dezembro pelo Conference Board. O índice Dow Jones renovou sucessivas máximas históricas e o S&P 500 se aproximou do nível recorde. O movimento de alta vem refletindo a crescente expectativa de que o Fed corte juros agressivamente a partir de março, apesar de esforços de dirigentes da instituição reforçando as atenções quanto ao cenário inflacionário. No entanto, investidores estão aguardando a divulgação do PIB do terceiro trimestre amanhã e do índice de preço ao consumidor (PCE) de novembro na sexta-feira. O PIB precisa vir muito forte e a inflação muita alta para abalar a aposta dos investidores em NY de que Fed começará a cortar o juro em março ou maio.

Na Europa, as bolsas operam sem tendência definida. A desaceleração da inflação ao consumidor (CPI) no Reino Unido impulsionou as expectativas por cortes de juros do Banco da Inglaterra (BoE). O CPI britânico se elevou 3,9% em novembro ante igual mês do ano passado, o resultado veio abaixo da previsão do mercado, que esperava avanço anual de 4,4%. Também representou uma desaceleração ante o aumento de 4,6% em outubro. Após a divulgação do indicador, o mercado vem ampliando as apostas em afrouxamento monetário e passou a precificar um corte de 140 pontos-base nos juros do BoE no ano que vem. Entretanto, o BoE, destacou em seu comunicado um tom mais brando quanto a redução dos juros. Outro indicador que saiu foi na Alemanha, o índice de preços ao produto (PPI) que caiu 7,9% no confronto anual de novembro, uma queda aquém do tombo de 11% registrado em outubro. Já o índice de confiança do consumidor na Alemanha subirá para -25,1 pontos em janeiro, ante -27,6 pontos em dezembro, de acordo com dados publicados hoje pelo instituto alemão GFK. O resultado veio melhor do que a previsão do mercado, que estimavam -27 pontos para janeiro. Apesar da melhora de confiança dos consumidores alemães pelo segundo mês consecutivo, a perspectiva para economia do país ainda é moderada.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única. Investidores contrapuseram o otimismo por relaxamento monetário no Ocidente, com um quadro macroeconômico ainda incerto na China. Em Tóquio, o índice Nikkei encerrou em alta de 1,37%. O mercado ainda repercute a decisão do Banco do Japão (BoJ) de manter a política acomodatícia no dia de ontem, quando o presidente da instituição, Kazuo Ueda, afirmou que a instituição preservará a postura paciente na definição dos próximos passos. Na Coreia do Sul, o índice Kospi, em Seul, subiu 1,78%, e o Taiex, de Taiwan, avançou 0,33%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, se valorizou 0,66%. Nos negócios chineses, contudo, a principal referência de Xangai caiu a 1,03%, e a de Shenzhen, recuou 1,23%. O Banco do Povo da China (PBoC) deixou suas principais taxas de juros inalteradas pelo quarto mês consecutivo.

O preço do barril de petróleo opera em alta estendendo os ganhos. Há riscos de que as tensões no Mar Vermelho prejudiquem o transporte da commodity. As cotações também são apoiadas por perspectivas de que os principais bancos centrais do mundo cortem juros em 2024, após dados de inflação mostrarem certo alívio no Reino Unido. As cotações do minério de ferro na China fecharam no campo positivo, interrompendo uma sequência de perdas, apoiadas pela persistência de estoques baixos e pelas expectativas de uma onda de compras para o reabastecimento de inverno, embora a queda na demanda devido à crescente manutenção de equipamentos entre as usinas tenha limitado os ganhos.

A Americanas anunciou a aprovação do seu plano de recuperação judicial em Assembleia Geral de Credores (AGC). A decisão obteve a adesão de 91,14% dos votantes, com quórum de 97,36% dos credores da classe 3, sem garantias, incluindo fornecedores e bancos, que têm maior exposição à dívida da varejista, aproximando-se de R$ 50,9 bilhões. O plano de recuperação judicial prevê uma injeção de capital de R$ 24 bilhões no negócio, com um aporte de R$ 12 bilhões dos acionistas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sucupira, por meio da conversão da dívida aos bancos credores em ações da empresa.

O preço por ação na capitalização ficou em R$ 1,30, superando o preço por ação da empresa em bolsa, que fechou ontem em R$ 0,90 por ação. Para atingir os R$ 24 bilhões necessários, a Americanas terá que emitir mais de 18 bilhões de novas ações, representando uma diluição de pouco mais de 95% em relação à base acionária atual. Com a provável diluição, o grupo de acionistas controladores pode aderir à oferta para manter o controle, ficando com cerca de 49% do capital da Americanas se não houver adesão dos minoritários à operação, enquanto os bancos credores passarão a deter aproximadamente 48% da companhia. A empresa também anunciou um novo adiamento da divulgação de resultados, desta vez referentes aos trimestres encerrados em 31 de março de 2023, 30 de junho de 2023 e 30 de setembro de 2023, com a estimativa de divulgá-los até 31 de janeiro de 2024.

Continua após a publicidade

Pague Menos revisou sua projeção de abertura de novas lojas para o próximo ano. A projeção inicial de 120 novas lojas para 2024 foi reduzida para 30 novas lojas. A decisão de rever a projeção foi motivada pela priorização da redução da alavancagem financeira e pelo foco na conclusão da integração da Extrafarma. As projeções consideram apenas as aberturas brutas, não levando em conta eventuais fechamentos de lojas.

A Enjoei anunciou a aquisição de 25% da rede de produtos infantis usados Cresci e Perdi por R$ 30 milhões. O acordo prevê a opção de compra do restante do capital social em 2028, sujeito a reajustes e uma parcela adicional com base no resultado operacional até 2027. A Cresci e Perdi projeta encerrar 2023 com um faturamento de R$ 700 milhões e um Ebitda de R$ 45 milhões. A Enjoei, que adquiriu a Elo7 em julho deste ano, destaca que, juntas, as três marcas (Enjoei, Elo7 e Cresci e Perdi) devem faturar aproximadamente R$ 2,2 bilhões neste ano.

************

Veja o fechamento de dólar, euro e Bolsa na terça-feira (19):

Dólar: -0,81%, a R$ 4,8642
Euro: -0,27%, a R$ 5,3389
B3 (Ibovespa): 0,59%, aos 131.850,91 pontos

NA NEWSLETTER UOL INVESTIMENTOS

Continua após a publicidade

Depois que o Senado aprovou a taxação dos fundos exclusivos e investimentos offshore, milionários têm buscado novas alternativas para fazer o dinheiro render. A lei ainda precisa ser sancionada pelo presidente Lula e começa a valer só ano que vem, mas as mudanças já estão acontecendo. Um dos principais destinos do dinheiro são os fundos de previdência, que não estão sujeitos ao come-cotas e têm taxação regressiva. As dicas valem mesmo para quem não tem milhões na conta bancária. Na newsletter UOL Investimentos, você fica sabendo qual é esse fundo, como ele funciona e como investir nele. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui.

Queremos ouvir você

Tem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

As opiniões emitidas neste texto são de responsabilidade exclusiva da equipe de Research do PagBank e elaboradas por analistas certificados. O PagBank PagSeguro e a Redação do UOL não têm nenhuma responsabilidade por tais opiniões. A única intenção é fornecer informações sobre o mercado e produtos financeiros, baseadas em dados de conhecimento público, conforme fontes devidamente indicadas, de modo que não representam nenhum compromisso e/ou recomendação de negócios por parte do UOL. As informações fornecidas por terceiros e/ou profissionais convidados não expressam a opinião do UOL, nem de quaisquer empresas de seu grupo, não se responsabilizando o UOL pela sua veracidade ou exatidão. Os produtos de investimentos mencionados neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão preencher o questionário de suitability para a identificação do seu perfil de investidor e da compatibilidade do produto de investimento escolhido. As informações aqui veiculadas não devem ser consideradas como a única fonte para o processo decisório do investidor, sendo recomendável que este busque orientação independente e leia atentamente os materiais técnicos relativos a cada produto. As projeções e preços apresentados estão sujeitos a variações e podem impactar os portfolios de investimento, causando perdas aos investidores. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. Este conteúdo não deve ser reproduzido no todo ou em parte, redistribuído ou transmitido para qualquer outra pessoa sem o consentimento prévio do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes