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Empresários faturam R$ 223 milhões em um ano tomando café da manhã

O empresário Evandro Martins conseguiu R$ 500 mil em negócios participando dos cafés da manhã Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/03/2017 04h00

Uma vez por semana, grupos de pequenos empreendedores se reúnem para tomar café da manhã e trocar contatos de potenciais clientes. São quase 3.100 participantes que fecharam R$ 223 milhões em negócios, graças a esses encontros, em 2016. É uma versão profissional do famoso networking.

Evandro Martins, 36, sócio da agência de design e comunicação Blue Bossa, de São Paulo, é um dos empresários que se beneficiam dessa rede de contatos. Ele participa dos encontros há sete anos e afirma ter fechado contratos que somam mais de R$ 500 mil com a ajuda das indicações do grupo.

“A agência passava por grande dificuldade financeira, eu já pensava em fechar a empresa e voltar para o mercado de trabalho quando entrei para o grupo. Consegui indicações de clientes que me salvaram de um possível fechamento. Hoje, grande parte do faturamento vem dos clientes indicados no grupo”, afirma.

Como funciona

As reuniões de networking têm até 35 pessoas; cada um tem um minuto para falar Imagem: Divulgação

Os encontros de networking são da BNI – Business Network International, empresa americana que organiza os eventos há quase 30 anos em várias partes do mundo. Começou a atuar no Brasil em 2009 e está presente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.

Para participar, é preciso passar por uma entrevista que avalia o perfil do empresário e suas referências comerciais. Se aprovado, paga uma anuidade de R$ 2.500 para participar de 52 reuniões semanais. Os grupos têm até 35 pessoas e só é permitido um participante de cada segmento, para evitar a concorrência interna. O perfil de participantes é variado: arquitetos, contadores, psicólogos, designers, dentistas, engenheiros, consultores, entre outros.

O café da manhã geralmente ocorre em algum hotel e começa às 7h da manhã, com duração de uma hora e meia. Cada membro tem um minuto para falar da sua empresa e fazer o pedido de que tipo de cliente procura. Os outros participantes anotam o pedido e, nos dias seguintes, acionam sua rede de relacionamentos para conseguir o contato solicitado e passar ao colega de grupo, para que ele possa fazer uma aproximação comercial.

Recebe indicações, mas também precisa dar

“Os empresários beneficiam-se do marketing boca a boca ao formar uma rede de confiança que amplia seus contatos, mas é uma troca. É necessário ter uma postura colaborativa. Todas as indicações são registradas em relatórios, assim como os negócios fechados. Se um membro não ajuda os outros, ele perde a exclusividade do seu segmento no grupo”, diz Marcos Martins, CEO do BNI no Brasil.

Ele diz que o negócio está crescendo no país e a meta é chegar a 4.000 membros até o final do ano e gerar R$ 400 milhões em negócios. “Com a crise, as empresas buscam outras formas de aumentar suas vendas”, afirma.

Contatos demoram a virar negócios, diz consultor

Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP, diz que este tipo de encontro é muito comum nos EUA e tende a crescer no Brasil. Mas, para ele, esses contatos trocados não substituem a necessidade de uma equipe de vendas, por exemplo, apenas melhoram sua produtividade.

“O empresário precisa avaliar se está preparado para atender à demanda que será gerada a partir das indicações do grupo. Além disso, deve fazer as contas de quantos negócios precisa fechar para cobrir o valor do investimento. É importante ter em mente que o networking leva um tempo até ser convertido em negócios fechados”, declara.

Onde encontrar:

BNI: www.bnibrasil.net.br

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