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Medo do chefe? Descubra se ele poderia estar num filme de terror

Danilo Schramm

Do UOL, em São Paulo

19/10/2011 14h00

O relacionamento profissional entre líder e subordinado é cercado por momentos de tensão ocasionados por divergência de ideias, pressão por metas e cobrança de resultados.

A situação fica ainda mais complicada quando a relação entre ambos é construída sob ameaça e medo provocados por chefes que parecem ter saído de verdadeiros filmes de terror.

Os “chefes do terror” costumam ter atitudes e comportamentos que fazem com que os funcionários se sintam acuados e se mantenham em alerta constante no ambiente de trabalho.

Segundo Luiz Pagnez, especialista em RH e diretor do Emprego Certo, esses chefes querem impor o seu jeito de ser aos seus funcionários por estar em uma relação de poder ou simplesmente por uma questão de personalidade.

O especialista diz que os verdadeiros líderes conseguem influenciar seus liderados por meio de atitudes, exemplos  e orientação, mas muitas vezes o profissional que se encontra em uma posição de chefia não possui características de líder e precisa impor sua vontade aos seus empregados intimidando e deixando-os acuados.

“No fundo, o que todo chefe quer é que seus funcionários façam o trabalho da melhor maneira possível. Se o chefe não consegue ou não sabe influenciar os comportamentos pelo ‘amor’ (inspiração, liderança e companheirismo), acabam apelando para a ‘dor’ (imposição, força e intimidação)”.

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  • Renato Rea

Muitas vezes os “chefes do terror” conseguem obter bons resultados de sua equipe se encontram pessoas que aceitam e conseguem trabalhar nesse ambiente.

“De qualquer forma, com o tempo, o desgaste acaba gerando uma grande rotatividade, pois se os funcionários tiverem oportunidade vão acabar trocando de chefe”, explica o executivo.

Sobrevivendo ao terror

De acordo com Pagnez, numa relação de poder onde o chefe "pode" mais que o subordinado, não é indicado enfrentar o líder com a mesma violência ou dar o troco na mesma moeda, pois provavelmente o funcionário acabará demitido.

O especialista revela que bom senso e diálogo são a melhor alternativa para tentar solucionar o problema. “Converse com o seu chefe, com o RH, com os colegas. Tente demonstrar com exemplos claros e pontuais quais são os comportamentos que escapam do lado profissional e mostre que você está insatisfeito com isso”.

Todo profissional merece o respeito e a dignidade de trabalhar em um ambiente sadio. Para Pagnez, ser ofendido regularmente leva muitos trabalhadores a entrar com processos trabalhistas contra seus empregadores. “As empresas sabem deste perigo e estão mais atentas para que isso não aconteça”, afirma.

O executivo alerta que se o tom irracional do chefe predominar sempre -- como no exemplo do chefe Jason -- as chances de conseguir melhorar a situação diminuem. “No final, se o seu chefe não mudar, mude de chefe!”, aconselha Pagnez.