Empresas "atrasam" progresso na carreira para evitar frustração da geração Y
Veja as características das gerações Y, X e baby boomer
A ansiedade da geração Y – nascidos entre 1980 e meados da década de 1990 – para chegar logo a postos de liderança é hoje a grande preocupação das empresas ao desenvolver planos de carreira.
A grande dificuldade, sobretudo nos programas de trainee, é encontrar o equilíbrio entre a rapidez para galgar níveis hierárquicos demandada por esses profissionais e o risco de alçá-los a cargos de gerência sem que estejam devidamente preparados para tanto.
Para minimizar o problema, algumas companhias mudaram o cronograma de evolução de seus trainees. Eles não mais chegam com a meta de se tornarem gestores em dois anos: só alcançam esse patamar em 36 meses, passando antes por cargos de analista e coordenador sênior, explica Paula Esteves, diretora da Cia de Talentos.
Nessa caminhada, são assessorados por “mentorings” e “coachings” que trabalham para controlar a ansiedade dos novatos e ajudá-los a vencer uma deficiência comum dessa geração: a falta de maturidade emocional.
“Não adianta fazer um superprocesso seletivo se não existe depois um forte acompanhamento para reter os jovens”, adverte a especialista.
As táticas para manter esses valores são aplicadas já na primeira etapa dos programas. “Os processos precisam ser cada vez mais transparentes. Já no início deve ficar claro como será o desenvolvimento da carreira. Se os jovens entram [no programa] sem esse tipo de informação, acabam desistindo.”
Fatores motivacionais
Um dos pontos que norteiam a estruturação dos novos projetos para os trainees é o entendimento de que os jovens Y não colocam o salário em primeiro plano na hora de optar por uma determinada organização.
“Eles escolhem pelo pacote, pela gama de benefícios”, menciona Esteves. “Procuram o desafio, uma carreira internacional, o investimento em cursos. E se preocupam com a imagem da empresa no mercado, na mídia.”
“Precisam ver sentido no que estão realizando”, pontua o especialista em RH Luiz Pagnez. “Não veem o trabalho como obrigação, preocupam-se com a contribuição social da carreira. Além disso, não gostam de rotina e têm problemas com hierarquia, aspectos que podem causar desconforto em empresas mais tradicionais.”
Dessa maneira, companhias que atuam em áreas “contemporâneas” como as de tecnologia e internet costumam lidar melhor com as expectativas desses “revolucionários”.
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