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Torcida no trabalho exige moderação e cautela; confira dicas para não se prejudicar

Edson Valente*

Do UOL, em São Paulo

04/07/2012 13h10

Torcedores de um clube podem se definir como um “bando de loucos”. No ambiente de trabalho, porém, a insanidade futebolística precisa ser restringida para que a relação com colegas ou mesmo o desempenho no cumprimento de tarefas não joguem contra a evolução na carreira.

 

Assim, se você é corintiano, cuidado para não se exceder nas brincadeiras com o chefe palmeirense. Lembre-se que isso poderá custar pontos na hora de pleitear uma promoção ou um aumento de salário – por mais que se adote o discurso de que o relacionamento pessoal – ou de preferências – não influencia o profissional.

 

“Essas linhas divisórias são sutis”, adverte Daniela do Lago, especialista em comportamento no trabalho e professora de MBA da Fundação Getulio Vargas. Portanto, é preciso bom senso para não despertar antipatias que podem durar por vários campeonatos.

 

 

“O importante é nunca perder o respeito”, orienta Andreza Santana, diretora de marketing do portal de empregos Monster Brasil. Trocando em miúdos, não vale “exagerar na ‘tiração de sarro’, passar dos limites quanto às brincadeiras, usar palavrões, extrapolar na emoção, exagerar na comemoração e chegar de ressaca no dia seguinte”, lista.

 

Para identificar se a provocação ultrapassou as fronteiras do razoável, a dica da professora da FGV é observar se as pessoas envolvidas deixaram de rir e adotaram expressões de desagrado. “Se alguém dá uma resposta mais séria, invertida, é hora de parar.”

 

No dia que sucede à vitória, deve-se controlar o ímpeto de espalhar bandeiras pelas mesas dos torcedores adversários. “Não é bem-visto ir às reuniões de trabalho com camisas de time nem levar cornetas e outros apetrechos barulhentos para o escritório”, considera Santana.

 

Vestir a camisa

 

O fanatismo também não deve atrapalhar a performance no campo corporativo – afinal, não é o clube do coração quem paga o seu salário, a não ser que você trabalhe nele.

 

“A ansiedade às vésperas do jogo que acontecerá logo mais não pode prejudicar a entrega e os compromissos profissionais”, frisa a diretora do Monster Brasil.

 

Guarde, então, o “Não consigo pensar em outra coisa” para a hora do almoço ou do cafezinho.

 

Em suma, “descontração sempre vale”, diz Lago. “O esporte é até um motivo de aproximação, descontração e afinidade entre as pessoas”, destaca Santana. Porém, no momento de gozação, é preciso “sentir o clima da partida” – e vestir a camisa do oponente. “Não faça com os outros aquilo que não gostaria que fizessem com você”, sentencia a especialista em comportamento no trabalho.

 

*Com colaboração de Danilo Schramm