Graciliano Rocha

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Reportagem

Trio de bilionários está mais dono das Americanas do que nunca

Na nova constituição societária das Lojas Americanas após a injeção de R$ 12 bilhões no capital na empresa, acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles - e seus afiliados passaram a deter 49,2% da companhia.

Em janeiro de 2023, quando veio à tona que havia um rombo de mais de R$ 20 bilhões não contabilizados no balanço, os acionistas de referência detinham cerca de 30% da empresa.

Conforme fato relevante publicado nesta terça-feira (2), os credores da companhia ficaram com uma fatia de 47,6% da empresa. O restante dos acionistas detém 3,2%. A projeção é provisória.

Pelo acordo resultante durante as negociações da recuperação judicial, R$ 24 bilhões seriam injetados na companhia - R$ 12 bi dos acionistas de referência e R$ 12 bi de credores, convertendo créditos a receber em ações.

Os principais credores são bancos. Ainda de acordo com informações públicas do processo de recuperação judicial, a varejista devia quase R$ 20 bilhões aos maiores bancos do país - Bradesco (R$ 5,1 bi), Santander (R$ 3,6 bi), BTG Pactual (R$ 3,5 bi), Itaú Unibanco (2,7 bi), Safra (R$ 2,5 bi), Banco do Brasil (R$ 1,6 bi) e Caixa (R$ 500 milhões).

Fruto das negociações no processo de recuperação judicial, a nova composição acionária foi anunciada no momento em que a Polícia Federal avança nas investigações sobre a fraude corporativa na varejista.

Na semana passada, a PF deflagrou uma operação tendo como alvos o ex-CEO Miguel Gutiérrez e a ex-diretora financeira Anna Saicali. A operação tinha como base as delações de dois ex-diretores, que detalharam fraudes para ocultar dívidas dos balanços. Nas versões dos delatores, Gutiérrez liderou o esquema e escondeu-o do conselho de administração.

Reportagem

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