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Aprendizado do inglês deve vir antes do MBA

Edson Valente

Do UOL, em São Paulo

16/10/2012 06h00

Muitas vezes, na hora de turbinar o currículo para aumentar a empregabilidade, surge um dilema: investir no campo “Idiomas” ou no campo “Especializações”? Não é tão simples equacionar essa resposta, principalmente se os termos da comparação envolvem a língua inglesa e um MBA (Master of Business Administration).

“São focos diferentes”, afirma Flávio Emílio, consultor da área de gestão de pessoas e professor do UNI-RN (Centro Universitário do Rio Grande do Norte). “O idioma é uma base de competência e habilidade para abrir a porta do mercado, assim como a capacidade de se comunicar bem e os conhecimentos de informática”, avalia. “O MBA é um degrau além.”

No cenário competitivo do atual mercado de trabalho, frisa, ambos são imprescindíveis – o inglês como ferramenta universal de comunicação, e o MBA até como pré-requisito para muitas vagas de emprego. Além disso, a pós-graduação, destaca Emílio, é importante também para constituir uma rede de contatos com profissionais de diversas organizações.

Contudo, é preciso lembrar que, principalmente nos melhores cursos de MBA, saber inglês é uma das exigências para a aprovação do candidato. Assim, o domínio do idioma obrigatoriamente precede o ingresso em uma especialização profissional.

E não é só como passaporte para as salas de aula das pós mais concorridas que a língua inglesa faz a diferença. Ela é o trampolim para o aprendizado de coisas novas em outras plataformas, lembra Luiz Edmundo Rosa, diretor de educação da ABRH – Nacional (Associação Brasileira de Recursos Humanos). “Quem a domina consegue ter acesso ao conhecimento de uma forma superior”, assevera.

Rosa cita como exemplo a possibilidade de assistir às gravações das “melhores palestras do mundo” no YouTube e a oferta de cursos “fantásticos” – e gratuitos – nos sites de instituições de ensino internacionais. Tudo, “of course”, no idioma de Tio Sam – e sem legendas. “Quem não domina o inglês é analfabeto do aprendizado”, resume.

Mandarim

Por outro lado, estudar um terceiro idioma sem estar com o inglês afiado não costuma ser um bom negócio, advertem os especialistas.

“Quando se aprende bem uma segunda língua, fica muito mais fácil aprender outras depois”, argumenta o diretor da ABRH. “Você começa a perceber estruturas semelhantes entre elas, o que facilita a aprendizagem.”

Outro ponto é a universalidade do inglês no mundo dos negócios. Uma reunião com profissionais da China, por exemplo, dificilmente será conduzida em mandarim – é bem provável que os chineses optem por se comunicar na língua inglesa.

“Hoje em dia, com a escassez de talentos, as empresas não podem exigir [no currículo] aquilo que não será necessário para a realização do trabalho”, considera Rosa em relação ao conhecimento de mais idiomas.