Vagas temporárias seguem abertas, mas empresas esbarram em baixa qualificação

Os últimos meses do ano costumam ser generosos na oferta de empregos, em especial nas vagas temporárias voltadas para as vendas de Natal e ano novo. Em 2012 não tem sido diferente. Cerca de 300 mil profissionais devem ser contratados só para o período de festas, segundo levantamento do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), ligado à CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Muitas vezes, essa pode ser a porta de entrada para uma contratação definitiva – a taxa de efetivação nessa época do ano pode chegar a 80%.

No entanto, a falta de qualificação dos candidatos continua sendo um obstáculo para muitas empresas que querem contratar novos funcionários, mas que esbarram no “apagão” da mão-de-obra. Segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada em abril, 69% das empresas do setor declararam ter dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados. Na área de produção, a carência de profissionais chega a 94%.

Muitas das vagas temporárias do fim do ano ainda estão abertas, mas se você não conseguir uma oportunidade até lá, a solução é começar a se qualificar já, segundo Roberto Joaquim Jr., diretor-executivo da Microlins. “Muitas pessoas estão chegando ao mercado de trabalho sem nenhuma preparação, nunca fizeram um curso profissionalizante e isso se torna um problema para as empresa”, diz.

Segundo ele, é fundamental para os novos profissionais terem uma qualificação mínima de informática e treinamento para atendimento ao público. Outra área que necessita de muitos profissionais é a de tecnologia da informação, em help desk e manutenção de redes.

“O país vive um bom momento econômico e as pessoas precisam ter em mente que não basta ter acesso a bens de consumo, é também necessário investir em qualificação profissional e línguas”, afirma Joaquim Jr., em referência às oportunidades que devem surgir com os eventos esportivos (Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas) programados para os próximos anos.