Digitalização fez Spoleto aumentar capacidade e faturamento, sem demitir

Tom Moreira Leite, presidente do Grupo Trigo, disse que a digitalização do segmento — e os totens de autoatendimento são um dos componentes — ajudou o Spoleto a dobrar a sua capacidade e aumentar o faturamento, sem redução do quadro de pessoal. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial. Moreira também é presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising).

O ponto central é que invertemos a lógica de atendimento de Spoleto e repensamos o fluxo operacional na cozinha. Por quê? A cozinha de Spoleto não foi pensada para operar no nível de delivery com que nós nos deparamos [na pandemia]. A soma do presencial com o delivery causou um gargalo operacional nas nossas operações. A cozinha não tinha sido pensada, e muito menos a tecnologia embarcada dentro da cozinha. Então, nós pilotamos essa mudança.
Tom Moreira Leite, presidente do Grupo Trigo

O Grupo Trigo é dono das marcas Spoleto, Koni, LeBonton, Gendai, China in Box, Gurumê e Spoleto. São mais de 630 restaurantes no país. A holding tem ainda marcas 100% digitais, com vendas majoritariamente online para delivery, além de fábrica e distribuidora próprias. A fábrica produz cerca de 41% dos insumos que abastecem esses restaurantes e pontos digitais; somente bebidas e hortifrúti são terceirizados.

Nos últimos cinco anos, o Grupo Trigo investiu mais de R$ 10 milhões em novas tecnologias. Entre elas, estão desenvolvimento de solução omnichannel para realização de pedidos em casa e takeaway (retirada no balcão), digitalização dos restaurantes com totem de autoatendimento, site, aplicativo e programa de fidelidade integrado baseado em cashback.

A capacidade de atendimento do Spoleto dobrou de tamanho. "Eu tinha um gargalo operacional em que o meu limite de capacidade de clientes-hora, até então, era de 100 clientes-hora. E ele acontecia no pico de atendimento, que era entre meio-dia e uma hora da tarde, em dezembro, no restaurante da Rodoviária Novo Rio. E era uma operação esticada. O Spoleto não estava pronto para aquele volume de clientes. Hoje, eu consigo atender mais de 200 clientes por hora, a partir dessa digitalização em que o totem é um componente", afirmou.

Aumento do faturamento

Houve uma mudança de fluxo operacional e de tecnologia embarcada dentro da cozinha. "O que isso ensejou? Aumento de faturamento com o mesmo número de funcionários.

Eu aumentei muito a minha capacidade, a minha eficiência operacional, operando com o mesmo número de funcionários.
Tom Moreira Leite, presidente do Grupo Trigo

Na média, o segundo maior custo de uma operação é o pessoal. "Quando você é capaz de aumentar o faturamento através de digitalização e introdução de tecnologia dentro da cozinha, mantendo o mesmo número de funcionários, a linha de custo pessoal diminui em termos relativos, não em termos absolutos, não em reais. Percentualmente, eu diminuo o custo. Então, isso levou a um aumento da lucratividade do Spoleto", afirmou Leite.

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Em 2023, o Grupo Trigo faturou cerca de R$ 2 bilhões. Esse faturamento é sistêmico, ou seja, inclui o faturamento de todos os franqueados.

O melhor ano da história de Spoleto havia sido em 2019, ano em que o Spoleto completou 20 anos de vida. Mas 2023 foi o melhor ano. Conseguiu bater 2019 em função desse processo.
Tom Moreira Leite, presidente do Grupo Trigo

Serviço dos motoboys

Ao UOL Líderes, Leite falou sobre o serviço dos motoboys. Para ele, muitos dos entregadores preferem a flexibilidade dos aplicativos, se conectar com diferentes plataformas e em diferentes horários.

No final, tem que ter um cuidado com o ser humano. Independente de ser um funcionário, um trabalhador de aplicativo ou ser um chefe de cozinha, acho que tem um tema de cuidado com o ser humano. Qualquer agenda que, no final, respeite o ser humano, vai ser uma agenda que eu vou sempre olhar com bons olhos.
Tom Moreira Leite, presidente do Grupo Trigo

Veja a íntegra da entrevista

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