Para setor de construção, impacto da Lava Jato no desemprego foi pequeno
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, acredita que a operação Lava Jato teve impacto pequeno na queda do número de empregos no setor e credita as demissões basicamente à crise econômica e ao atraso no pagamento às empresas pelo governo federal.
Entre outubro e fevereiro, foi registrado um saldo negativo de 250 mil empregos formais na construção civil.
"O que começou a acontecer é que, em meados de agosto do ano passado, o governo passou a atrasar a fatura. E como não tenho fôlego para tocar a obra, eu tiro o pé do acelerador. Além disso, houve também o fim das obras da Copa, que impactaram nesses números", afirmou Martins.
Para o líder do setor, a Lava Jato deve responder por apenas 10% das demissões. A crise, segundo Martins, vem do momento de estagnação econômica do país.
Segundo entidade, Lava Jato vai ampliar concorrência
Para Martins, a operação Lava Jato deixará ao menos um ponto positivo: uma maior concorrência entre empresas para realizar as obras.
"O que a gente quer é que exista uma participação maior das empresas, abra mais para outras construtoras. O simples fato de sempre escolher por meio de carta-convite é absurdo. Todo mundo tem de participar, tem de haver transparência. Se tivesse seguido a Lei de Licitações, e não o regimento interno, nada disso teria ocorrido", disse.
Até a operação Lava Jato, a Petrobras se negava a seguir a lei de licitações e escolhia sempre as empresas, que davam propostas para determinada obra. O menor preço vendia. Segundo a CBIC, R$ 84 bilhões foram contratados por meio dessa modalidade.
"Tenho certeza de que isso agora vai mudar. Entendo que, às vezes, é preciso criar exceções. A carta-convite é para obras de até R$ 150 mil. A ideia dela é ter obra rápida, emergencial. Mas não poderia virar regra", disse.
O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, disse que os pagamentos devem voltar a ser feitos dentro de um cronograma normal em breve.
“Já estamos trabalhando com todos os ministérios, fazendo levantamento de todos os restos a pagar, Estamos pagando todos os compromissos do governo no prazo adequado. Isso pode gerar alguns atrasos, localizados, mas o compromisso do governo se manter de pagar todas as obras que foram concluídas e medidas. Obviamente, isso está seguindo o cronograma de execução orçamentária. A previsão depende de cada ministério”, afirmou.
“Já estamos trabalhando com todos os ministérios, fazendo levantamento de todos os restos a pagar. Isso pode gerar alguns atrasos localizados, mas o compromisso do governo se mantém em pagar todas as obras que foram concluídas e medidas. Obviamente, isso está seguindo o cronograma de execução orçamentária. A previsão [de pagamentos] depende de cada ministério”, afirmou.
(Colaborou Leandro Prazeres, em Brasília)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.