GM demite 150 funcionários em SP, diz sindicato; greve não está descartada

A montadora General Motors demitiu cerca de 150 funcionários da unidade de produção da fábrica de São Caetano, no ABC paulista, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, que representa os trabalhadores.

A GM não confirma o número de demissões e afirma "que os ajustes realizados em seu quadro de empregados na fábrica de São Caetano do Sul fazem parte da rotatividade de pessoas natural da empresa".

O motivo dado aos funcionários para a demissão, que foi comunicada na última sexta-feira (8),  é a crise do mercado automobilístico.

Segundo o sindicato, os trabalhadores podem decidir por uma greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira (14). Os metalúrgicos vão se reunir com representantes da GM para tentar reverter as demissões e discutir medidas alternativas para ajustar a produção sem precisar cortar funcionários. O resultado da reunião será levado a uma assembleia de trabalhadores.

De acordo com a entidade, a fábrica da GM tem 10,5 mil trabalhadores. Desses, 1.286 estão afastados, sendo 819 em suspensão temporária do contrato de trabalho e 467 em licença remunerada por tempo indeterminado. Os operários que foram dispensados estavam cumprindo expediente normalmente.

Setor vive crise

A indústria automotiva é uma das que mais tem sofrido com a crise econômica no último ano. A Anfavea, associação das montadoras, prevê uma queda de 13,2% nas vendas em 2015. No primeiro trimestre deste ano, foram vendidos 674,38 mil veículos, contra 812,75 mil no mesmo período de 2014.

Por causa das dificuldades enfrentadas pelo setor, as empresas têm adotado medidas para reduzir o quadro de funcionários e diminuir a produção, como férias coletivas, suspensão de contratos e programas de demissões voluntárias.