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9 países europeus onde é possível estudar fora de graça (ou quase)

Do Estudar Fora*

16/05/2021 04h00

Além de ter excelentes universidades, alguns países na Europa oferecem opções para estudar de graça ou a preços mais baixos. E o melhor: muitos dos programas são em inglês, mesmo essa não sendo a língua oficial de alguma dessas nações.

Veja abaixo nove países para um intercâmbio bem mais acessível.

Alemanha

Desde outubro de 2014, todas as universidades alemãs não cobram "tuition fees" (anuidades) de nenhum aluno, incluindo estudantes estrangeiros, tanto para cursos de graduação quanto em programas de mestrado integrados.

Em algumas universidades federais, cobra-se uma contribuição semestral e/ou taxas administrativas (na casa de 50 euros). É possível que essa política venha a mudar no futuro; no entanto, você pode ficar de olho nesta página de informações para estudantes estrangeiros na Alemanha para ver quais instituições cobram quais taxas.

Os cursos de mestrado separados (aqueles que não acontecem no ano final de um programa de graduação) via de regra são cobrados na Alemanha. Mas acabam sendo mais baratos do que em outros países europeus. Já os programas de PhD na Alemanha costumam ser gratuitos. Em alguns casos, os alunos só pagam a partir do segundo semestre. Mesmo nesses casos, paga-se uma contribuição de 150 a 200 euros por semestre. O mais comum, porém, é que os alunos do PhD trabalhem num projeto de pesquisa ganhando salário, ou ganhem uma bolsa para estudar.

No entanto, além dos estudos, há as despesas com custo de vida. Estudantes na Alemanha gastam cerca de 850 euros por mês com alimentação, transporte, acomodação e outras despesas. Geralmente, o governo alemão exige 8.500 euros para um ano de quem quer estudar no país. O governo também autoriza universitários brasileiros a trabalhar 120 dias por ano em tempo integral ou 240 dias meio período.

Áustria

Para alunos estrangeiros, as universidades públicas ou federais da Áustria cobram apenas 726 euros por semestre de "tuition fees" (anuidade), segundo o Study in Austria. Há ainda uma taxa de 20,20 euros referente à participação na união de estudantes do país e a um seguro contra acidentes.

Mesmo nesses casos, há oportunidades de isenção ou de reembolso para essas taxas. Essas oportunidades existem para participantes de determinados programas de intercâmbio, para membros de universidades parceiras ou para cidadãos de países em desenvolvimento (categoria na qual o Brasil é frequentemente incluído). No entanto, é preciso verificar essas oportunidades individualmente em cada universidade e para cada curso.

Fora isso, há também oportunidades de bolsas de estudo no país. Uma lista dessas oportunidades pode ser vista aqui. Algumas delas cobrem, além dos custos de estudo, os custos de vida no país, que ficam na casa de 950 euros por mês.

Noruega

Segundo o site Study In Norway, universidades e faculdades estatais da Noruega via de regra não cobram "tuition fees" dos alunos, incluindo estudantes estrangeiros. Isso se aplica a todos os níveis, incluindo graduação, mestrado e doutorado. No entanto, os estudantes devem contribuir com uma taxa de cerca de 600 coroas norueguesas (cerca de R$ 380) por semestre.

Algumas instituições públicas da Noruega podem cobrar "tuition fees" para alunos matriculados em alguns programas específicos, em geral no nível de mestrado.

A maioria das instituições privadas cobra "tuition fees" em todos os programas. Mesmo nesse caso, elas costumam ser menores do que em outros países para cursos do mesmo nível, e as taxas para alunos estrangeiros não são maiores do que para noruegueses.

Por outro lado, o custo de vida na Noruega é mais alto. Estudantes podem esperar gastar cerca e 123 mil coroas norueguesas (R$ 79 mil) por ano com alimentação, acomodação e transporte por lá. Uma lista completa de universidades norueguesas pode ser vista aqui.

Finlândia

A Finlândia é uma das nações com melhor qualidade de ensino e de vida do mundo. E segundo o site Study in Finland, alunos de cursos de PhD não pagam "tuition fees". O mais comum é que eles recebam salário ou bolsas de estudo enquanto atuam como pesquisadores.

Para cursos de mestrado e graduação, porém, tanto as instituições públicas quanto as privadas cobram "tuition fees" desde o segundo semestre de 2017. Mesmo assim, em alguns casos, é possível ficar isento dessas taxas.

E, mesmo que você precise pagar, há também oportunidades de bolsa para as instituições do país. Elas precisam ser verificadas em cada universidade, e para cada curso, no entanto. Uma lista das universidades finlandesas pode ser vista aqui.

Além disso, o aluno precisará arcar com seus gastos pessoais. Segundo o site, esses gastos variam entre 700 e 1.000 euros por mês. Mas o país permite que universitários não europeus trabalhem 25 horas por semana durante o período letivo, o que pode ajudar. O site da embaixada da Finlândia no Brasil oferece também diversas informações em português para quem pretende estudar lá.

Suécia

Assim como na Finlândia, os estudantes estrangeiros na Suécia não precisam pagar "tuition fees" para programas de doutorado. O mais comum é que eles recebam salário ou, ao menos, uma bolsa de estudos.

No entanto, no caso de programas de graduação ou mestrado, essas taxas podem ser aplicadas. Mesmo assim, o site Study in Sweden mostra uma lista de universidades que oferecem bolsas de estudo para alunos estrangeiros.

O custo de vida no país, por sua vez, fica em torno de 700 e 1.200 euros por mês incluindo alimentação, acomodação e transporte.

Islândia

Para quem não se incomoda com clima frio, a Islândia é outro país nórdico em que dá para fazer faculdade pagando pouco.

O país tem sete universidades, quatro das quais são públicas. E, nelas, segundo o ranking QS, não são cobradas as "tuition fees" —apenas uma taxa administrativa de registro, que custa cerca de US$ 600 por ano. Convertendo e tirando a média, dá cerca de R$ 200 por mês para estudar numa universidade islandesa.

Por outro lado, o custo de vida no país pode ser proibitivo, mesmo considerando os preços baixos que se paga para estudar. Há, no entanto, pelo menos duas universidades que concedem bolsas de estudos a alunos internacionais. As bolsas, segundo o site Study in Iceland, são oferecidas também pelo ministério de Educação, Ciência e Cultura da Islândia, e variam a cada ano.

Espanha

Assim como em diversos outros países, as universidades da Espanha se dividem entre as públicas e as privadas, sendo que aproximadamente um terço delas é público. E nessas instituições, é possível fazer uma graduação por um preço comparável ao de universidades privadas no Brasil.

Em universidades públicas, como a Universidade de Barcelona, a Universidade Autônoma de Barcelona e a Universidade Autônoma de Madrid, os cursos de uma graduação ficam em torno de 750 euros e 2.500 euros por ano.

Ainda é necessário inserir nesse cálculo o custo de vida. Em cidades como Madrid e Barcelona, ele não é barato. No entanto, também há universidades públicas em cidades do interior do país, como a Universidade de Valência e a Universidade de Granada. E, nessas outras cidades, o custo de vida é bem menor.

França

A França tem mais de 76 cursos de graduação em inglês, mas a maioria é oferecida por universidades particulares e costuma ser cara. Já para quem procura pós-graduação, há preços bastante atrativos.

Segundo o governo francês, o universitário precisa de 800 euros por mês para se manter enquanto estuda no país. Alunos internacionais podem trabalhar até 964 horas ao ano na França, o que corresponde a 60% da carga horária de uma pessoa com emprego em tempo integral.

Portugal

Assim como a França, a maioria dos cursos de graduação em Portugal tem custo elevado. Contudo, para quem busca pós-graduação, o país pode ser uma excelente opção. O mestrado em Energia Sustentáveis, do Instituto Politécnico do Porto, por exemplo, custa 950 euros ao ano e dura dois anos.

Estudar de graça nos EUA?

Fazer uma graduação nos EUA não costuma ser barato: entre as melhores universidades do mundo, é comum que elas cobrem várias dezenas de milhares de dólares em anuidades e taxas. Isso sem contar o curso de vida no país, que não é barato, especialmente nas regiões próximas a essas universidades, e ainda mais com o real brasileiro desvalorizado.

Uma alternativa é procurar bolsas de estudo nessas universidades —que existem, mas não são tão comuns para graduação.

Quem estiver disposto a estudar em instituições que fogem desse eixo mais tradicional pode encontrar escolas que são mais acessíveis.

É o caso do Berea College, no Kentucky, por exemplo. A universidade anualmente recebe inscrições de alunos estrangeiros (em geral entre julho e novembro) e se compromete a dar 100% de bolsas para todos que demonstrarem necessidade. Ainda é necessário pagar algumas taxas após o primeiro ano, mas a instituição também oferece oportunidades de emprego por meio das quais os estudantes estrangeiros podem levantar esse dinheiro.

Atualmente, o Latin American Institute of Business (LAIOB) também está oferecendo oportunidades de estudo nos EUA. Os cursos do instituto têm duração de algumas semanas e incluem aulas de "business english".

*O texto "10 países em que é possível estudar fora de graça (ou quase)" foi originalmente publicado no portal Estudar Fora, da Fundação Estudar.