Ex-presidente da Renault denuncia 'complô e traição' da Nissan
Tóquio, 30 Jan 2019 (AFP) - Detido no Japão por fraude financeira, o ex-presidente da Renault Carlos Ghosn denunciou "um complô e uma traição" dos executivos da Nissan opostos à integração do fabricante automotivo francês com seus aliados japoneses, em declarações ao jornal econômico japonês "Nikkei".
Esta entrevista de Ghosn, a primeira desde sua detenção em 19 de novembro, foi dada na prisão onde ele está detido.
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Ghosn rejeitou as acusações de que seus 19 anos à frente do grupo foram "uma ditadura".
"Traduziram liderança forte como ditadura, deformando a realidade para se livrar de mim", disse Ghosn.
"O projeto de integrar" Renault, Nissan e Mitsubishi Motors havia sido discutido com o presidente da Nissan, Hiroto Saikawa, em setembro de 2018, indicou Ghosn, o executivo franco-brasileiro-libanês de 64 anos.
A Nissan reagiu imediatamente às declarações de Ghosn, dizendo que Saikawa já havia "categoricamente rejeitado a noção de 'golpe de estado'".
A investigação secreta realizada em 2018 "revelou provas significativas e convincentes de malversações", acrescentou a Nissan em uma declaração à AFP.
Carlos Ghosn foi acusado pela Justiça de cometer abuso de confiança e de omitir parte de sua renda entre 2010 e 2018.
Em 8 de janeiro, em seu único comparecimento diante de um tribunal, Ghosn rejeitou as acusações.
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