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Trump inicia procedimento para tarifar todas as importações da China

10/05/2019 22h55

Washington, 11 Mai 2019 (AFP) - O presidente Donald Trump encarregou nesta sexta-feira o representante comercial americano (USTR) Robert Lighthizer de iniciar o procedimento para elevar as tarifas aduaneiras sobre quase todas as importações vindas da China.

"O presidente ordenou que iniciemos o processo de elevação das tarifas aduaneiras sobre praticamente todo o resto das importações da China, avaliadas em cerca de US$ 300 bilhões", afirmou Lighthizer.

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Os detalhes do procedimento, que inclui consultas e comentários dos setores envolvidos, serão divulgados na segunda-feira no site do USTR, antes da decisão de se impor as tarifas ou não, declarou Lighthizer.

Os EUA e a China haviam concluído nesta sexta uma rodada de negociações qualificada por Trump de "construtiva", sem acordo mas também sem interromper o diálogo.

Trump garantiu a permanência das discussões e destacou que a decisão de remover ou não as tarifas impostas sobre produtos chineses depende do desenrolar das negociações.

"Ao longo dos últimos dois dias, os Estados Unidos a China tiveram diálogos sinceros e construtivos sobre o status da relação comercial entre os dois países", tuitou Trump.

As tarifas a produtos chineses "podem, ou não, ser removidas, dependendo do que acontecer nas negociações futuras".

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, garantiu que "as negociações não fracassaran, pelo contrário, [os obstáculos são] algo normal nas negociações [...], inevitável".

"As duas partes acertaram um novo encontro, em Pequim, e seguirão avançando nas negociações", disse Liu, sem citar uma data.

"Obtivemos consenso em muitas áreas mas, francamente, há áreas em que ainda temos divergências e envolvem princípios" importantes. "Cada país tem seus princípios importantes, e não faremos concessões em questões de princípios".

Desde a meia-noite, Washington ampliou as tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações da China de 10% para 25%. Pequim respondeu prometendo tomar as "contra-medidas necessárias".

O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e Lighthizer se reuniram com Liu por duas horas nesta sexta, e então foram à Casa Branca informar Trump. O presidente americano tinha dito que não estava com pressa de fechar um acordo, porque, segundo ele, os EUA estão em posição de vantagem.

- Da raiva à esperança -Trump iniciou a disputa por causa de reclamações sobre práticas comerciais chinesas injustas. Os Estados Unidos estão pressionando a China para mudar suas políticas de proteção à propriedade intelectual, bem como subsídios para as empresas estatais e para reduzir o déficit comercial.

Washington impôs em março de 2018 tarifas sobre o aço e o alumínio produzidos na China. Em seguida, fixou taxas de 25% sobre bens chineses totalizando 50 bilhões de dólares, e posteriormente, tarifas de 10% sobre outros produtos abrangendo 200 bilhões de dólares.

Nesta sexta-feira, as tarifas de 10% foram elevadas para 25%.

Depois de semanas de crescente otimismo sobre as chances de um acordo, o tom da Casa Branca mudou da raiva para indiferença.

Em 5 de maio, Trump irrompeu no Twitter, dizendo que as negociações estavam progredindo "muito devagar", acusando os chineses de recuar dos compromissos e anunciar o aumento das tarifas.

Mas em uma série de tuítes nesta sexta-feira, ele disse que "não há necessidade de pressa".

A Bloomberg citou duas fontes dizendo que Washington deu a Pequim de três a quatro semanas a mais para chegar a um acordo antes que o governo Trump avance para ameaçar impor tarifas a todas as importações chinesas.

O presidente dos EUA continua a argumentar que as tarifas poderiam, de certa forma, ser preferíveis a um acordo comercial. "As tarifas trarão muito mais riqueza para o nosso país do que até mesmo um acordo fenomenal do tipo tradicional", escreveu Trump.

Economistas enfatizam que as tarifas são pagas pelas empresas e consumidores norte-americanos e resultam em preços mais altos, enquanto agricultores e fabricantes reclamam da perda de mercados para suas exportações devido à retaliação da China.

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