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Nova proposta grega resolverá impasse com credores, afirma ministro

22/06/2015 18h38

A Grécia definiu medidas que, segundo seu ministro da Economia, Infraestrutura e Turismo, devem colocar fim ao impasse envolvendo a crise da dívida do país europeu.

Em entrevista à BBC nesta segunda-feira, o ministro Giorgios Stathakis disse que as medidas sugeridas - ainda não anunciadas oficialmente - incluem novos impostos sobre empresas e sobre fortunas.

Segundo estimativas da Grécia, as medidas permitiriam uma arrecadação de 8 bilhões de euros ao longo de dois anos.

Ministros da zona do euro veem a proposta com otimismo cauteloso, afirmando que um acordo envolvendo a dívida grega poderá ser alcançado "em questão de dias".

A Grécia enfrenta o vencimento iminente de US$ 1,6 bilhão tomados em empréstimo com o Fundo Monetário Internacional; se não pagar até 30 de junho, será decretada moratória de sua dívida, sob o risco de o país sair da zona do euro - e até mesmo da União Europeia.

A crise grega é tema de negociações em curso atualmente em uma reunião emergencial em Bruxelas.

Para Stathakis, as novas propostas ajudarão a equilibrar as contas do governo e porão fim ao impasse nas negociações com os credores.

"(Tentaremos) remover o fardo dos impostos de pensionistas e assalariados (direcionando-o) para empresas e fortunas", disse à BBC.

A proposta prevê também o aumento do imposto de valor agregado (VAT na sigla em inglês) sobre alguns itens.

'Propostas reais'

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que as propostas gregas foram as "primeiras propostas reais (apresentadas) em muitas semanas".

Já o presidente francês, François Hollande, que também participa do encontro, disse que houve avanços nas negociações, mas advertiu que "nem tudo foi resolvido".

As negociações vivem cinco meses de impasse. FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu têm se recusado a liberar o último lote (de 7,2 bilhões de euros) do pacote de resgate até que a Grécia se comprometa a reformas econômicas - que incluem medidas impopulares de austeridade, como cortes no pagamentos a pensionistas e em salários no setor público, rejeitadas pelo governo esquerdista do partido Syriza.

Jeroen Dijsselbloem, líder do Eurogrupo - que reúne os ministros de Finanças da zona do euro - e organizador da reunião emergencial, disse que as propostas gregas são "amplas", mas agregou que ainda é preciso saber se elas serão suficientes, "em termos fiscais", para ajudar o país a equilibrar suas contas.

Ao mesmo tempo, tropas de choque foram posicionadas nos arredores do Parlamento grego, para prevenir eventuais confrontos entre manifestantes contrários a medidas de austeridade e grupos pró-euro que se reúnem no local.