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Rolls-Royce planeja impulso à produção asiática de aeronaves e China ainda é chave

Benjamin Katz

08/10/2015 14h07

(Bloomberg) -- A Rolls-Royce Holdings Plc informou que intensificará o plano de estabelecer uma capacidade industrial na Ásia equiparada à de seu mercado nativo, o Reino Unido. A segunda maior fabricante de motores de jatos do mundo está duplicando sua produção com a introdução de novos aviões da Boeing Co. e da Airbus Group SE.

A medida, que reduzirá os custos de produção, colocará a Rolls mais perto dos clientes que apresentam crescimento mais rápido e oferecerá apoio a fábricas britânicas em um momento em que a produção atinge níveis sem precedentes, disse o presidente da unidade aeroespacial da empresa, Tony Wood. Apesar do foco na "volatilidade atual", a China continua sendo o principal motor do crescimento do transporte aéreo, disse ele.

"Boa parte da nossa frota de cerca de 4.500 motores para grandes aeronaves civis está operando em empresas aéreas com sede na Europa e na América do Norte", disse Wood, em entrevista. "À medida que essa base crescer para mais de 7.500 nos próximos 10 anos, o foco mudará em direção à Ásia".

A estratégia da Rolls-Royce está sob análise porque a investidora-ativista ValueAct Capital Management ampliou sua participação após a nomeação de Warren East para o cargo de CEO. Embora as outras acionistas, Sequoia Fund Inc. e Investec Ltd., tenham questionado a conveniência de expandir nos ramos de motores marinhos e de engrenagens de força, a fabricação de motores para aeronaves continua sendo a atividade dominante.

As ações da Rolls-Royce caíram 13 por cento neste ano após um declínio de 32 por cento em 2014, sob o impacto de uma série de revisões nos lucros. Elas subiram 3,4 por cento na segunda-feira depois que a companhia disse que demitiria mais 400 funcionários de sua unidade marítima porque o preço mais baixo do petróleo está prejudicando a demanda offshore.

XWB

A unidade de montagem da Rolls em Cingapura, que entregou sua primeira turbina em 2012, irá acelerar a produção do Trent 1000, uma das duas opções de motores para o 787, e do Trent 900, uma opção ao superjumbo A380, da Airbus.

A planta, que conta com uma plataforma de testes de tamanho integral, está desenhada para produzir 250 a 300 unidades por ano a plena capacidade. Isso permitirá que a fábrica principal da empresa, em Derby, na região inglesa de Midlands, se concentre em elevar as taxas de produção do Trent XWB, que tem uma posição exclusiva no A350, o mais novo modelo de fuselagem larga do setor, de cerca de um motor por semana para um por dia.

"Com volumes de produção maiores e o aumento agudo no segmento de motores nos próximos três anos, temos conseguido reduzir os riscos garantindo a dupla capacidade da rede de abastecimento sempre que possível", disse Wood.

O trabalho com os compartimentos metálicos das turbinas para o Trent 1000 também será transferido para a malaia UMW Holdings Bhd. nos próximos cinco anos como parte de um acordo de abastecimento de 25 anos, deixando a planta da Rolls-Royce em Ansty, Inglaterra, onde são fabricados atualmente, focada em outros modelos.

Apesar da produção de cerca de 300 motores por ano no Reino Unido, a operação britânica se inclinará cada vez mais para o desenvolvimento de produto, como os compartimentos de turbinas totalmente compósitos da próxima geração de propulsores de aeronaves, que estão sendo desenvolvidos em um novo centro de pesquisa perto de Bristol.

A proporção de cada motor que a Rolls-Royce terceiriza a fornecedores também deverá aumentar dos atuais 70 por cento para cerca de 80 por cento. Essas empresas, por sua vez, estão se estabelecendo na Ásia: a GKN Plc está comprando a Fokker Technologies Group BV por 706 milhões de euros (US$ 800 milhões), em um acordo que aumenta sua exposição à China no ramo de cabos para aeronaves, e a Senior Plc está construindo uma planta de 6 milhões de libras (US$ 9 milhões) na Tailândia, sua terceira na região.

Título em inglês: Rolls-Royce Plans Asian Production Push With China Still Key

Para entrar em contato com o repórter: Benjamin Katz, em Londres, bkatz38@bloomberg.net.

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