Recessão no Brasil e libra cara fazem importação de uísque escocês cair 24%
Thomas Buckley
05/11/2015 11h48Atualizada em 05/11/2015 12h31
(Bloomberg) -- As exportações de uísque escocês continuaram em queda nos seis primeiros meses deste ano com a crise econômica do Brasil e os altos impostos de importação da Índia reduzindo a procura pelo destilado.
O volume caiu cerca de 3% em relação ao mesmo período do ano passado, para 517 milhões de garrafas, disse a Associação Escocesa de Uísque, que tem sede em Edimburgo (Escócia), em um comunicado na quinta-feira.
O resultado se iguala ao ritmo de contração em todo o ano de 2014. O valor do uísque escocês exportado também caiu cerca de 3%, disse a associação.
Os embarques de uísque escocês para o Brasil caíram 24% com a desvalorização do real em relação à libra neste ano. As exportações para a Índia tiveram queda de 11%, segundo a associação.
Fabricantes de uísque, como a britânica Diageo e sua rival francesa Pernod Ricard, têm enfrentado a diminuição da procura por seus destilados tanto nos mercados desenvolvidos quanto nos emergentes.
As exportações de Johnnie Walker, da Diageo, caíram 8% no ano terminado em 30 de junho, e as do Chivas Regal, da Pernod, recuaram 1%. Nos EUA, o maior mercado de uísque escocês, os consumidores migraram para outros destilados escuros, como o bourbon, e também para a cerveja artesanal.
As exportações para a França e para os EUA aumentaram menos de 1%. As vendas de uísques de malte único, como o Macallan e o Glenmorangie, da LVMH, subiram 5%, o que mostra que "os produtos premium estão cada vez mais populares", segundo a associação do setor.