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Hedge funds veem menor oferta de petróleo e aposta otimista sobe

Mark Shenk

29/02/2016 09h13

(Bloomberg) -- As negociações para o congelamento da produção entre a Opep e a Rússia, juntamente com a queda da produção dos EUA, levaram os gestores de recursos a apostarem que o petróleo está pronto para uma recuperação.

Os preços subiram 13 por cento desde que Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar fecharam um acordo provisório, em 16 de fevereiro, para limitar a produção aos níveis de janeiro. A produção de petróleo dos EUA caiu pela quinta semana seguida, mostraram dados do governo em 24 de fevereiro.

Os hedge funds e outros especuladores aumentaram em 14 por cento sua posição comprada em futuros e opções do West Texas Intermediate, para o nível mais alto desde novembro, na semana que terminou em 23 de fevereiro, segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, na sigla em inglês). O WTI avançou 9,7 por cento na semana, para US$ 31,87 o barril, na Bolsa Mercantil de Nova York.

"A negociação para congelamento de produção assustou muitas posições vendidas mais fracas", disse John Kilduff, sócio da Again Capital, hedge fund focado em energia com sede em Nova York. "Houve muita negociação e nenhuma ação por enquanto, mas houve um impacto. Os dados básicos do mercado não mudaram".

O acordo de 16 de fevereiro fechado em Doha foi o primeiro sinal de cooperação entre a Opep e países de fora da organização desde que os preços do petróleo começaram a cair, em 2014. A Arábia Saudita não reduzirá a extração de petróleo porque é improvável que os demais países ajudem a restringir a produção, deixando o encargo de ajustar a oferta para os produtores de alto custo, disse o ministro do Petróleo saudita, Ali Al-Naimi, na conferência IHS CERAWeek, em Houston, na semana passada.

Produção dos EUA

A produção de petróleo dos EUA caiu 33.000 barris por dia, para 9,1 milhões, na semana que terminou em 19 de fevereiro, nível mais baixo desde outubro, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês). O número de sondas em busca de petróleo nos campos dos EUA caiu para 400 na semana passada, nível mais baixo desde dezembro de 2009, disse a Baker Hughes em seu site.

"Estamos no meio de uma desaceleração da produção", disse Rob Haworth, estrategista sênior de investimento em Seattle do U.S. Bank Wealth Management, que administra US$ 128 bilhões em ativos. "Estamos caminhando na direção correta e a produção deverá cair substancialmente por mais alguns meses".

A posição comprada dos especuladores no WTI subiu 13.385 contratos, para 110.554, mostram dados da CFTC. As apostas vendidas, ou seja, no declínio do preço, caíram 6,7 por cento e as compradas subiram 0,2 por cento.

Outros mercados

Em outros mercados, as apostas pessimistas líquidas no diesel de ultrabaixo teor de enxofre subiram 17 por cento, para 22.797 contratos. Os futuros do diesel caíram 0,5 por cento no período. As apostas otimistas líquidas na gasolina Nymex tiveram um declínio de 15 por cento, para 20.340 contratos, e os futuros caíram 0,5 por cento.

A produção mundial total de petróleo foi de 95,16 milhões de barris por dia em janeiro, superando a demanda, de 93,15 milhões, disse a EIA no dia 9 de fevereiro. A oferta mundial poderá superar a demanda a uma média de 1,75 milhão de barris por dia no primeiro semestre do ano, disse a Agência Internacional de Energia em um relatório divulgado no mesmo dia.

"Podemos estar começando a reduzir o excedente, mas há um longo caminho a percorrer antes que o mercado volte a ter equilíbrio", disse Tim Evans, analista de energia da Citi Futures Perspective em Nova York.

 

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