Brevan Howard fecha fundo argentino após retorno de 18%, dizem fontes
Katia Porzecanski
12/05/2016 10h16
(Bloomberg) -- A Brevan Howard Asset Management fechará seu fundo dedicado à Argentina após o país resolver uma disputa legal com credores que havia levado a nação ao calote.
O Argentina Master Fund produziu retornos líquidos de 18% desde que foi aberto a investidores do exterior em janeiro de 2015, quando o país estava em meio ao seu segundo calote em menos de duas décadas, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
O fundo foi criado para tirar proveito de uma transição política e fechar quando a Argentina implementasse políticas favoráveis ao mercado, incluindo a flutuação da moeda e a solução do calote, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada porque o assunto é privado.
Um porta-voz da Brevan Howard preferiu não comentar.
A Brevan Howard, que administrava cerca de US$ 18 bilhões em ativos no fim de março, fazia parte de um grupo de empresas de hedge fund que apostavam que a Argentina acabaria resolvendo sua disputa com os credores e retornando aos mercados internacionais de títulos.
Essas esperanças se concretizaram quando o presidente Mauricio Macri assumiu o poder, no fim do ano passado, e imediatamente começou a desfazer as políticas de sua antecessora, Cristina Kirchner. O país fechou um acordo com os credores holdout em fevereiro, retornou aos mercados internacionais de títulos em abril e eliminou o último calote neste mês.
O fundo da Brevan Howard possuía mais de US$ 500 milhões em ativos, incluindo ações, títulos e warrants argentinos ligados ao crescimento econômico. Era administrado por Ben Melkman, sócio da Brevan Howard, disse uma das pessoas.
A Brevan Howard concluirá o retorno do dinheiro aos investidores nas próximas semanas.
Os retornos do fundo são um ponto positivo na empresa, cujo fundo principal está em baixa de 1,8% no ano após perder 2% no ano passado, segundo pessoas informadas sobre o assunto.
Os credores holdout da Argentina, liderados pela Elliott Management de Paul Singer, possuíam títulos que restaram do calote de US$ 95 bilhões do país em 2001 e persuadiram a Justiça dos EUA a bloquear pagamentos a dívidas emitidas nas duas reestruturações de dívida do país enquanto suas notas não fossem pagas.
Macri fechou um acordo de US$ 4,65 bilhões para pagar os holdouts em fevereiro, permitindo que o país retomasse os pagamentos de títulos.