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Ótimo em abril, ruim em maio, minério de ferro volta a cair

Jasmine Ng

31/05/2016 09h57

(Bloomberg) -- Para o minério de ferro, se abril foi uma festa, maio foi a ressaca. Os preços de referência caminham para a maior perda mensal desde agosto de 2012 porque a alta impulsionada por uma febre especulativa na China caiu na realidade quando o frenesi diminuiu.

O minério com 62% de conteúdo perdeu 24% em maio, revertendo o avanço de 23% em abril, quando os preços registraram o terceiro ganho mensal, de acordo com dados da Metal Bulletin. A matéria-prima caiu 29% desde que atingiu o pico de mais de US$ 70 no dia 21 de abril e na semana passada caiu para menos de US$ 50.

O boom da commodity se transformou em um fracasso porque as autoridades reguladoras da China entraram em ação para evitar que o frenesi se descontrolasse e porque surgiram sinais de aumento da oferta, como estoques portuários maiores.

Os preços dos produtos siderúrgicos, que dispararam em abril, elevando as margens das usinas e estimulando a produção, recuaram de lá para cá, diminuindo a demanda por minério de ferro. O Goldman Sachs Group alertou na semana passada que o minério de ferro provavelmente continuará caindo no segundo semestre devido ao aumento do excedente mundial.

"Foi uma montanha-russa", disse Dang Man, analista da Maike Futures, em Xian, acrescentando que o avanço de abril foi baseado nos fundamentos, mas em pouco tempo a especulação inundou tudo com uma chuva de dinheiro especulativo. "A mudança ocorreu quando órgãos reguladores e bolsas começaram a restringir a especulação excessiva."

Queda do preço

O preço do minério de ferro caiu 0,2% na terça-feira, para US$ 50,15 a tonelada, depois de ter recuado em quatro das últimas cinco semanas, de acordo com a Metal Bulletin.

O Goldman Sachs projetou que os preços podem recuar de US$ 55 por tonelada neste trimestre para US$ 45 no período de julho a setembro e para US$ 38 nos últimos três meses do ano. Na China, os futuros do minério de ferro em Dalian registraram uma perda recorde neste mês.

A Vale, maior produtora do mundo, alertou em uma conferência em maio que era necessário se preparar para épocas mais duras e que a empresa estava pronta para competir a qualquer preço porque gerou uma produção adicional de baixo custo com seu projeto S11D.

O Citigroup disse em um relatório que continuava pessimista e projetou um excesso de oferta persistente devido ao aumento da produção das principais mineradoras e também do projeto Roy Hill, de Gina Rinehart, em Pilbara, Austrália.

A principal autoridade reguladora do mercado da China disse que suas medidas para frear a especulação nos futuros de matérias-primas detiveram o frenesi. "Nós supervisionamos as bolsas para tomar medidas, e isso teve um efeito notável", disse Fang Xinghai, vice-presidente do conselho da Comissão Reguladora de Títulos da China, em Xangai, no início deste mês.

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