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Expansão de países desenvolvidos pode ter acabado, diz Morgan Stanley

Julie Verhage

12/09/2016 14h36

(Bloomberg) -- Na volta dos investidores à rotina após os lentos meses de verão no Hemisfério Norte, a situação começa a mudar para pior nos mercados globais.

Agora, um indicador chega a apontar para o fim da expansão nos mercados desenvolvidos.

Segundo uma nova pesquisa do Morgan Stanley, há tantos países desenvolvidos mostrando sinais suficientes de desaceleração que seus indicadores de ciclo -- que consideram fatores macro, de crédito e corporativos -- estão levando analistas como o estrategista-chefe de ativos cruzados do banco, Andrew Sheets, a concluírem que a recessão pode chegar antes do que alguns imaginam.

"Os indicadores de ciclo do Morgan Stanley para EUA, zona do euro e Japão estagnaram, ressaltando o risco crescente de que tenhamos passado da 'expansão' para a 'recessão' [nos mercados desenvolvidos], embora nossa equipe econômica sinalize riscos ascendentes para as perspectivas macro", disse a equipe, em nota publicada no domingo.

A equipe ressalta que se este for de fato o início de uma mudança de ciclo, ele representará a recuperação mais fraca dos EUA em mais de 30 anos.

A seguir, alguns dos principais fatores que estão dando motivos de preocupação à equipe do Morgan Stanley.

Indicadores antecedentes estão mudando

Segundo os analistas do banco, os EUA e o Japão têm visto indicadores antecedentes, ou dados que normalmente mudam antes da economia como um todo, mudarem para pior nos últimos meses.

Está mais difícil conseguir empréstimo

Tem sido difícil conseguir empréstimo durante a recuperação econômica, mas muitos bancos estão reportando que os padrões estão se tornando ainda mais rígidos. Embora isso nem sempre coincida com uma recessão, Sheets e sua equipe consideram que os níveis atuais são problemáticos.

"É claro, os padrões de crédito mais rígidos nem sempre coincidiram com uma virada no ciclo, mas a leitura atualmente elevada da fatia dos bancos dos EUA que está reportando padrões de crédito mais rígidos em comparação com esses períodos sugere que os choques não são necessariamente transitórios", escreveram os analistas.

Os resultados corporativos continuam indo mal

O termo "recessão de resultados" foi mencionado uma série de vezes nos últimos meses e há poucos motivos para esperar uma mudança nessa tendência. Uma recessão de resultados assim tem uma forte relação com as retrações econômicas.

"O crescimento ano a ano dos lucros por ação dos EUA é negativo, e o pico foi atingido em meados de 2014", escrevem Sheets e companhia. "Desde os anos 1990, o crescimento negativo do lucro por ação muitas vezes coincidiu com recessões (embora nem sempre, certamente) apesar de o padrão se quebrar à medida que avançamos no tempo".

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