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Meteorologistas nos EUA veem danos antes de passagem de furacão

Brian K. Sullivan e Naureen S. Malik

07/10/2016 12h42

(Bloomberg) -- Enquanto o furacão Matthew avançava em direção à Flórida, no início da semana, os meteorologistas da Verisk Analytics monitoravam todos os seus movimentos.

Mas eles não se limitaram a medir as condições meteorológicas normais e a realizar as projeções usuais da velocidade do vento, das chuvas e das ondas do mar.

Os meteorologistas estavam munidos também de uma tecnologia desenvolvida recentemente --como um modelo que exibe os tipos e o nível de densidade atual das árvores em torno das linhas de eletricidade-- que permitiu a eles estimar quantas casas e empresas ficariam sem energia (dias antes da chegada da tempestade, já eram pelo menos centenas de milhares).

Trata-se de uma informação crucial para os clientes da Verisk no setor de seguros da Flórida que tentam definir a quantia de dinheiro que vão precisar para atender aos pedidos de indenização.

Esse tipo de relatório era impensável há alguns anos, o que ilustra uma sofisticação recém-descoberta e uma habilidade que ajudou a transformar as previsões meteorológicas comerciais em um setor multibilionário.

A fabricante de instrumentos Vaisala afirma que esta é a "era dourada" da meteorologia, porque os avanços da ciência e da tecnologia permitem uma melhor coleta de dados, que posteriormente são transformados pelos poderosos computadores da atualidade em projeções mais precisas de longo e curto prazo. Os meteorologistas agora não apenas fazem prognósticos, são também assessores.

Riscos climáticos

"Se seu negócio se baseia em fornecer informações sobre o clima às pessoas, você vive no passado", disse Steve Bennett, diretor de operações da Riskpulse, com sede em Austin, no Texas. A empresa projeta riscos climáticos para produtoras de energia, empresas de varejo, fabricantes de automóveis, empresas de transporte de alimentos e investidores em commodities.

Cerca de um terço do produto interno bruto dos EUA, ou US$ 6 trilhões, é gerado por setores vulneráveis a mudanças no clima, segundo John Dutton, presidente da Prescient Weather. A necessidade desses setores de contar com informações mais detalhadas e rápidas está expandindo o leque de empresas que oferecem dados e equipamentos.

A International Business Machines (IBM), por exemplo, está usando sua plataforma de inteligência artificial Watson para criar modelos melhores para previsão do tempo, visando a ampliar sua precisão em 5 por cento neste ano.

Além disso, está empregando seu poder computacional para produzir projeções sobre empresas de serviços públicos e previsões de cortes, que são afetadas pelo clima, disse Mark Gildersleeve, presidente de soluções comerciais da Weather Co.

A IBM adquiriu os ativos digitais da companhia por uma quantia não revelada. A aquisição faz parte dos esforços da IBM para impulsionar o crescimento usando análise de dados expandida.

Ajustadas às energias renováveis, como a solar, as previsões poderiam gerar economia de cerca de US$ 450 milhões para empresas de serviços públicos nos próximos 20 a 25 anos, disse Jeff Lazo, cientista de projeto do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA, citando estudo de 2016 para o Departamento de Energia dos EUA.

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