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Chicago está mais popular do que nunca entre turistas

Nikki Ekstein

25/09/2017 15h17

(Bloomberg) -- Chicago, descrita pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e por outros como uma cena de crime demoníaca e distópica semelhante a um "país devastado pela guerra" e "pior do que o Afeganistão", está prestes a bater todos os seus recordes no turismo, inclusive aquele registrado no ano passado.

A abundância de energia criativa está dando impulso a seu renascimento: o skyline crescente está sendo preenchido por hotéis cada vez mais elegantes, e uma nova Riverwalk, que lembra o High Line de Nova York, está desafiando os moradores a continuar fora de casa bem depois do fim do verão no Hemisfério Norte. Seus museus, de fama antiga, estão ganhando rivais determinados e dois novos e reluzentes teatros lembram aos americanos as proezas da cidade nos palcos.

Some a isso a cena culinária -- a revista Bon Appetit nomeou Chicago a melhor cidade de restaurantes do ano -- e a única bienal de arte e arquitetura dos EUA, que iniciou sua segunda versão na semana passada, e é fácil esquecer que esse centro em expansão de 2,7 milhões de habitantes também ganha manchetes por seus índices de homicídios.

No meio disso tudo está Rahm Emanuel, que não prestou atenção apenas às típicas questões da economia e da educação quando se tornou prefeito de Chicago, em 2011. No ano anterior à sua chegada ao cargo, o turismo na Cidade dos Ventos atingiu 39 milhões de visitantes. Em 2020, disse ele à época, a ideia era chegar aos 50 milhões.

A meta era ambiciosa, mas em 2016 a cidade estabeleceu um recorde de 54 milhões de chegadas -- e caminha para superar esse número novamente em 2017 (em comparação, Nova York recebeu cerca de 62 milhões de turistas em 2016).

"Nós atingimos a meta em três anos", disse Emanuel à Bloomberg. "Então eu disse OK, vamos a 55 milhões até 2020!"

Duas cidades

O sucesso turístico de Chicago tem dois lados. Sem sair da compacta bolha do centro da cidade, os visitantes podem caminhar pelo Riverwalk, o ambicioso trecho litorâneo de Chicago transformado em bulevar, inaugurado no outono passado; assistir a shows de jazz no gramado do Museu de Arte Contemporânea, que terminou uma expansão neste verão; ou pagar US$ 175 em um menu degustação de 10 pratos em um dos restaurantes mais ousados do país, o Alinea.

Esses visitantes raramente se arriscam pelos lados sul ou oeste da cidade, onde os moradores estão conscientes de que a cidade já registrou 500 homicídios neste ano. Em 2016, a taxa de homicídios de Chicago ficou atrás do índice de cidades como St. Louis, Baltimore e Detroit quando medida em uma base per capita.

Embora os bairros de Chicago continuem altamente segregados -- uma realidade em muitas grandes cidades dos EUA --, o impulso turístico tem causado repercussões que estão transformando a cidade de ponta a ponta. Há muitas maneiras de analisar os números, mas, segundo a Choose Chicago, foram adicionados cerca de 4.600 empregos no setor de turismo em 2016, elevando o total do setor a mais de 145.000 postos; no mesmo período, foram injetados na economia local US$ 900 milhões em receitas fiscais relacionadas ao turismo.

Para David Whitaker, CEO e presidente da Choose Chicago, o braço de marketing turístico do município, "as cidades precisam continuar se reinventando, e é isso o que está acontecendo por aqui".

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