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Fundo de doações de Yale não investirá em venda de armas de fogo

Janet Lorin

23/08/2018 17h00

(Bloomberg) -- O fundo de doações da Universidade de Yale, de US$ 27,2 bilhões, não vai investir em lojas de varejo que comercializam e vendem armas de fogo à população. O comitê consultivo de Yale sobre a responsabilidade do investidor recomendou a proibição a um comitê do conselho dirigente, que adotou a política recentemente. A universidade com sede em New Haven, Connecticut, a segunda mais rica dos EUA, anunciou a mudança em uma declaração em 21 de agosto. Os estudantes frequentemente pedem que os fundos universitários de doações se desfaçam de investimentos em ativos polêmicos, como aqueles relacionados a mudanças climáticas ou armas. Depois do tiroteio em uma escola de Highland Park, na Flórida, em fevereiro, instituições financeiras e empresas envolvidas na indústria de armas enfrentaram pressão pública. A política de Yale se aplica a distribuidores tradicionais de varejo e também a promotores e revendedores que organizam e vendem armas de fogo em exposições de armas. A política foi solicitada por um membro do corpo docente de Yale, que no início deste ano pediu ao comitê consultivo que considerasse um pedido para que Yale se desfizesse de qualquer participação em empresas que fabricam ou vendem fuzis de assalto de estilo militar. "A perda de vidas resultante de tiroteios em massa em nosso país é profundamente trágica", segundo o comunicado. O comitê consultivo de oito membros, que inclui membros do corpo docente, funcionários, alunos e ex-alunos, aconselha o comitê da Yale Corporation sobre responsabilidade do investidor e "determinou que tiroteios em massa causam danos sociais indiscutíveis, e varejistas que fornecem armas de fogo à população geral causam graves danos sociais", de acordo com a política publicada no site da universidade. O grupo consultivo elabora recomendações para apresentar à Yale Corporation sobre assuntos relacionados ao fundo de doações. Jonathan Macey, presidente do comitê e professor de direito de Yale, especializado em finanças corporativas e leis de títulos e valores mobiliários, disse achar que o fundo de doações não tem nenhuma participação em varejistas que vendem armas de fogo atualmente. Ao recomendar a política ao conselho diretivo de Yale, o comitê fiduciário deu "consideração especial" a fatores como a distinção entre fabricantes e distribuidores varejistas de armas de fogo - já que as armas de fogo podem ser usadas para fins sancionados pelos militares e policiais - e porque um grande número de tiroteios ocorre em instituições de ensino. "Yale está comprometida com pesquisa, bolsas de estudos e educação para a melhoria do mundo; isso requer um ambiente em que professores e alunos estejam livres da violência armada e do medo da violência armada", segundo o comunicado. Yale se desfez de algumas empresas dos EUA que operavam na África do Sul durante o apartheid e, mais recentemente, adotou diretrizes de voto por procuração com respeito a empresas de tabaco e prisões privadas.

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