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Criadores do Instagram deixam Facebook por tensão com Zuckerberg

Sarah Frier

25/09/2018 11h14

(Bloomberg) — Os fundadores do Instagram estão deixando o Facebook após o aumento da tensão com o CEO Mark Zuckerberg a respeito do rumo do aplicativo de compartilhamento de fotos, disseram pessoas a par do assunto.

Kevin Systrom e Mike Krieger, que estavam na empresa desde que o Facebook comprou o Instagram, em 2012, tinham conseguido manter a marca e o produto independentes, valendo-se ao mesmo tempo da infraestrutura e dos recursos do Facebook para crescer. Nos últimos tempos, eles se mostravam frustrados com o envolvimento cotidiano maior de Zuckerberg, que se tornou mais dependente do Instagram para o planejamento do futuro do Facebook, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas por informarem detalhes internos.

Sem os fundadores, o Instagram provavelmente se integrará mais ao Facebook, tornando-se mais uma divisão de produto dentro da empresa maior do que uma operação independente, disseram as pessoas.

Durante anos, Systrom e Krieger conseguiram resistir amigavelmente a certas iniciativas de produtos do Facebook que sentiam que eram contrárias à sua visão, ao mesmo tempo apoiando-se nos recursos, na infraestrutura e nos talentos de engenharia do Facebook. Um novo líder pode não conseguir manter o mesmo equilíbrio ou pode mostrar maior disposição para efetuar mudanças que ajudem a empresa como um todo à custa de algumas das qualidades únicas do Instagram.

O New York Times noticiou anteriormente as saídas de Systrom e Krieger. Os fundadores confirmaram a decisão em uma postagem de blog, embora o Facebook não tenha feito comentários sobre a tensão.

"Kevin e Mike são líderes de produto extraordinários e o Instagram reflete os talentos criativos deles combinados", disse Zuckerberg em comunicado. "Aprendi muito trabalhando com eles nos últimos seis anos e realmente gostei."

Krieger e Systrom criaram o Instagram e o venderam para o Facebook por US$ 715 milhões há seis anos. Quando o negócio foi anunciado, a empresa tinha apenas 13 funcionários e 30 milhões de usuários registrados. Agora, mais de 1 bilhão de pessoas usam mensalmente o aplicativo que é a principal fonte de receita do Facebook com publicidade fora do feed de notícias principal da rede social. Uma análise da Bloomberg Intelligence, em junho, concluiu que o Instagram vale mais de US$ 100 bilhões.

"Estamos planejando tirar uma folga para explorar novamente nossa curiosidade e criatividade", disse Systrom, em declaração no blog do Instagram. "Para construir coisas novas é preciso dar um passo para trás, compreender o que nos inspira e combinar isso com o que o mundo precisa; é o que planejamos fazer."

Apesar de o Facebook ter enfrentado escândalos relacionados a privacidade, notícias falsas e interferência eleitoral, a marca do Instagram permanece praticamente intacta e a rede continua somando usuários rapidamente. Com mais de 2,2 bilhões de usuários, já não existe muita gente no mundo que não esteja cadastrada no Facebook e não há outra opção para a rede social a não ser apostar em aumentar a publicidade em seu conteúdo. Isso significa que, para poder crescer, o Facebook depende cada vez mais do aplicativo independente de compartilhamento de fotos.

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