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Clientes ativos da Coinbase recuam com criptomoedas, diz estudo

Julie Verhage

11/10/2018 15h33

(Bloomberg) -- Buy and hodl -- esse tem sido o mantra dos investidores em criptomoedas desde que um devoto cometeu pela primeira vez o erro de digitação em um fórum sobre bitcoin, em 2013 (o correto seria "buy and hold", ou "compre e mantenha"). Mas nos últimos tempos essa estratégia de "manter" e o interesse menor depois que os preços das criptomoedas despencaram têm representado uma má notícia para as bolsas.

A Coinbase, uma das maiores bolsas de criptomoedas do mundo, sofreu um impacto ainda maior do que o mercado como um todo, segundo dados coletados pela firma de capital de risco Tribe Capital, focada em tecnologia financeira. A Tribe anunciou que descobriu que o número de clientes mensais nos EUA que compram e vendem na plataforma caiu cerca de 80 por cento em setembro em relação a dezembro, quando o preço do bitcoin atingiu o recorde histórico de quase US$ 20.000. No mesmo período, o bitcoin caiu cerca de 60 por cento. Um representante da Coinbase preferiu não comentar.

Esses números refletem os resultados da firma de pesquisa Diar, que afirmou que os volumes de dólares americanos da Coinbase também caíram 80 por cento do quarto trimestre de 2017 até o terceiro trimestre de 2018.

A Tribe compilou os dados analisando cartões de crédito e outras transferências bancárias identificáveis. Os números resultantes não são abrangentes e englobam apenas transações dos EUA, mas ainda assim mostram tendências gerais, informou a Tribe. É provável que outras bolsas focadas no varejo tenham visto declínios semelhantes. A Tribe investe na SFOX, uma bolsa menor focada em investidores institucionais que concorre com a Coinbase.

O website voltado à tecnologia Recode noticiou neste mês que a Coinbase, que tem sede em São Francisco, está levantando US$ 500 milhões a uma avaliação de US$ 8 bilhões. Se fechar essa rodada de financiamento, a empresa quintuplicará sua avaliação em relação ao ano passado, antes da sequência de alta da criptomoeda em 2017. O website de notícias Axios informou posteriormente que a avaliação da Coinbase teria sido significativamente maior se os preços das criptomoedas não tivessem despencado.

Enfrentando quedas, muitas bolsas estão tentando se livrar da dependência dos mercados de criptomoedas. A Coinbase vem desenvolvendo várias ferramentas, como serviços de custódia nos quais os investidores podem guardar grandes quantias em moedas digitais, e recursos melhores de trading, como gerenciamento de risco e comércio de margem, que permite que os clientes usem dinheiro emprestado. No entanto, seus incipientes negócios profissionais têm demorado para decolar, segundo várias pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram para não ser identificadas porque os detalhes são privados. Essas pessoas argumentaram que tanto o bear market no ramo de criptomoedas quanto a base pequena de instituições que negociam ativamente no espaço têm dificultado a transição.

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