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CEO da maior produtora de carne suína quer ir além do bacon

Isis Almeida e Lydia Mulvany

18/01/2019 16h28

(Bloomberg) -- Para a maior produtora de carne suína do mundo, vender simplesmente bacon e presunto parece não ser mais suficiente para impulsionar o crescimento. É por isso que a Smithfield Foods está reformulando a diretoria e reorientando seus negócios para atender às necessidades de um consumidor cada vez mais exigente.

As mudanças executivas incluem as nomeações de Dennis Organ como diretor das operações nos EUA e de Russ Dokken como vice-presidente executivo de carnes embaladas nos EUA. A reformulação ajudará a empresa avaliada em US$ 15 bilhões a se concentrar em alimentos embalados, que têm maior margem de lucro, em um momento em que os mercados de commodities continuam voláteis.

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"Se pensarmos que vamos ficar aqui sentados fazendo o mesmo bacon, linguiça e presunto de sempre, achando que é assim que vamos viver e crescer, isso não vai funcionar", disse o CEO, Ken Sullivan, em entrevista na sede da empresa, em Smithfield, Virginia, EUA. "Temos que pensar de forma mais ampla em termos do consumidor e dos nossos clientes."

As empresas de commodities têm tido dificuldade para aumentar os lucros porque as mudanças nas preferências e um estilo de vida acelerado levaram os consumidores a optar por itens especiais e refeições fáceis de preparar. Isso fez com que empresas como a Smithfield e a rival Tyson Foods se concentrassem em produtos de valor agregado, como presunto fatiado e costeletas de porco temperadas.

Organ foi anteriormente vice-presidente sênior da cadeia de abastecimento e assumiu seu novo cargo em 1º de janeiro, de acordo com a empresa. Ele e Dokken vão se concentrar no crescimento dos negócios de alimentos embalados -- que respondem por mais de três quartos dos lucros -- e unir as muitas marcas da empresa sob um único guarda-chuva, sem deixar de lado seu legado de carne.

"Somos uma empresa de proteína animal e eu não fujo disso", disse Sullivan. "Dito isso, pelo lado das commodities é mais difícil se diferenciar e, portanto, é mais difícil ter um perfil de margem melhor. É por isso que nós nos concentramos no negócio de alimentos embalados. Quanto mais valor você puder adicionar, mais os consumidores estarão dispostos a pagar."

Crescimento rápido

A Smithfield foi fundada na década de 1930 e expandiu-se rapidamente, de empresa avaliada em "algumas centenas de milhões de dólares" no início dos anos 1980 a multinacional agora, disse Sullivan.

Integrar as marcas da Smithfield em uma única empresa é um trabalho que começou na área administrativa em 2015. Agora que os sistemas de computador estão alinhados, a companhia pode se concentrar em tudo, desde simplificar processos de fabricação até romper barreiras entre unidades, ao mesmo tempo em que se adapta às mudanças nas preferências e nos hábitos dos consumidores.

A Smithfield, adquirida em 2013 pela WH Group, listada em Hong Kong, está expandindo seus negócios internacionais. Já tem subsidiárias na Polônia e na Romênia e joint ventures no México. A companhia também está crescendo no segmento do frango e está construindo um novo estabelecimento avícola na Polônia, disse Sullivan.

--Com a colaboração de James Attwood.

Repórteres da matéria original: Isis Almeida em Londres, ialmeida3@bloomberg.net;Lydia Mulvany em Chicago, lmulvany2@bloomberg.net

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