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Japão impede mulheres de participar de rito de sucessão imperial

Isabel Reynolds e Emi Nobuhiro

18/01/2019 14h43

(Bloomberg) -- O Japão impedirá todas as mulheres da família imperial de participar de um dos principais rituais da transferência do trono do imperador Akihito para seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito, informaram a Kyodo News e outros veículos de comunicação japoneses nesta sexta-feira.

O país há tempos proíbe mulheres de herdarem o trono, uma regra que parecia ameaçar a linha imperial de extinção até o nascimento do único neto de Akihito, em 2006.

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Neste ano, Akihito se tornará o primeiro imperador a abdicar em cerca de 200 anos, um processo que envolverá uma série complexa de rituais públicos e privados cujos detalhes estão sendo determinados pelas autoridades. Em 1 de maio, na cerimônia Kenji to Shokei no Gi, no Palácio Imperial, o novo imperador herdará emblemas sagrados, como uma espada e joias, informou a Kyodo.

Indagado por que as mulheres e os membros mais jovens da família imperial estavam sendo excluídos do ritual, o secretário-chefe de gabinete, Yoshihide Suga, disse que as cerimônias se basearão na constituição japonesa e no respeito pelas tradições da família imperial. Nenhuma mulher foi convidada para a cerimônia quando Akihito assumiu o trono, em 1989, informou a Kyodo.

Única ministra

Os membros do gabinete serão convidados, o que possivelmente incluirá a única mulher ministra do Japão, Satsuki Katayama, da pasta de revitalização regional. O motivo é que os ministros serão definidos como observadores, em vez de participarem de fato da cerimônia, informou a Kyodo. As mulheres da família imperial estarão presentes em outros rituais relacionados à sucessão.

As mulheres da família imperial perdem seu status e se tornam cidadãs comuns quando se casam. A situação é diferente no Reino Unido, que permite mulheres monarcas e atualizou suas leis para permitir que as mulheres tenham status igual na ordem de sucessão a partir de 2015.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, defende que as mulheres desempenhem um papel mais ativo na economia e assumam cargos de liderança para ajudar a conter o encolhimento da população ativa do país. No entanto, escândalos sobre assédio sexual e a exclusão de mulheres das faculdades de Medicina do país ofuscaram o brilho dessa política.

Repórteres da matéria original: Isabel Reynolds em Tóquio, ireynolds1@bloomberg.net;Emi Nobuhiro em Tóquio, enobuhiro@bloomberg.net

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