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Universidades dos EUA temem menor fluxo de estudantes chineses

Janet Lorin

18/06/2019 07h29

(Bloomberg) -- Kirk Brennan, diretor de admissão de universitários na Universidade do Sul da Califórnia, estava em um ônibus em Baotou no início do mês, em uma viagem de recrutamento em várias escolas na Mongólia Interior, quando ouviu a notícia: o Ministério da Educação chinês havia emitido um alerta para que estudantes nos Estados Unidos estivessem atentos às restrições de vistos acadêmicos.

É difícil exagerar a importância dos estudantes internacionais em geral - e estudantes chineses em particular - para faculdades e universidades americanas. Perdendo apenas para a Universidade de Nova York em número de estudantes internacionais, 12% dos 47 mil estudantes da USC vêm da China. Os cerca de 1.000 estudantes chineses da graduação podem significar mais de US$ 50 milhões em receita anual com matrículas.

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Mas a relação de comércio cada vez mais tensa entre EUA e China ameaça esse fluxo de estudantes. Aulas de apresentação para novos estudantes da USC em Pequim e Xangai ocorreram sem problemas na semana passada, disse Brennan, e a partir de agora, a escola precisa se preparar para certos obstáculos.

Na última década, faculdades e universidades dos EUA recorreram a estudantes do exterior para compensar custos crescentes e menor financiamento. E nenhum país está mais ansioso para importar ensino superior americano do que a China: mais de 360 mil estudantes chineses estudaram nessas escolas no ano letivo de 2017-18, respondendo por um terço do total de estudantes internacionais.

"Todas as grandes instituições incorporam estudantes internacionais em seu modelo financeiro", disse Brad Farnsworth, vice-presidente de engajamento global do Conselho Americano de Educação, uma associação de ensino superior. "Universidades - e suas comunidades - identificam benefícios econômicos significativos."

Mais de 80% das faculdades e universidades pesquisadas pelo Instituto de Educação Internacional (IEI) disseram que atrasos e vistos negados tiveram um impacto negativo em sua capacidade de matricular estudantes internacionais. As matrículas se mantiveram estáveis no ano letivo 2016-17 em relação a 2017-18, mas o número de estudantes chineses aumentou 3,6% no período, o menor ganho em uma década.

Mesmo com as tensões políticas e problemas com vistos, as matrículas de estudantes chineses não vão zerar da noite para o dia. Mas as apostas variam de acordo com a escola.

As universidades NYU, USC, Northeastern e Columbia matriculam a maioria dos estudantes internacionais entre as escolas privadas. A Universidade do Estado do Arizona, Universidade de Illinois, UCLA e Purdue lideram entre escolas públicas, de acordo com o IEI.

"Uma boa prática geralmente é ter uma fonte diversificada de estudantes de vários países diferentes", disse Farnsworth. "Mas a realidade é que o mercado global não funciona dessa maneira. A maioria dos que têm os meios financeiros e motivação vem de apenas um grupo de países."

--Com a colaboração de Brendan Murray.

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