Foco de disputa em divórcio, iate de oligarca russo é liberado
Jonathan Browning, Lisa Pham e David Hellier
Londres
12/02/2020 14h33
Um superiate de US$ 450 milhões no foco da maior batalha de divórcio de Londres pode finalmente ser autorizado a zarpar de um porto de Dubai, causando um revés para a financiadora de litígios Burford Capital.
O MV Luna, de 115 metros, ficou preso em Dubai enquanto advogados do oligarca russo Farkhad Akhmedov recorriam de uma sentença de um tribunal do Reino Unido que transferiu o barco para sua ex-esposa. O Tribunal de Apelação de Dubai rejeitou a tentativa de Tatiana Akhmedova para que a decisão britânica fosse cumprida na semana passada, dizendo que era contraditória à lei islâmica.
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O resultado é um golpe para a Burford Capital, que financiou Tatiana em troca de uma possível comissão de até 30% de qualquer valor recuperado. A financiadora de litígios enfrenta questionamentos da empresa de investimentos Muddy Waters sobre a maneira como registra ganhos nos casos em disputa.
Embora o tribunal de Dubai tenha suspendido a ordem que mantinha o iate atracado, o futuro do barco ainda é incerto porque a decisão do Reino Unido permanece em vigor juntamente com uma liminar das Ilhas Marshall, o estado da bandeira do iate, disse um porta-voz de Tatiana. O tribunal superior de Dubai ainda pode revisar a decisão.
"Ela continua confiante nos méritos de seu caso e de que os tribunais de Dubai apoiarão padrões comuns de cooperação internacional, reconhecendo e aplicando decisões do exterior", disse o porta-voz.
A Burford insistiu que também continuará a defender o caso.
Como parte de seu programa de recuperação de ativos, a Burford concedeu 18 milhões de libras (R$ 101,35 milhões) a Tatiana Akhmedova para que ela financiasse o litígio, segundo o porta-voz do oligarca russo.
O iate, que tem capacidade para 50 tripulantes e dois helipontos, é foco de litígios há quase dois anos. Foi apreendido em Dubai e colocado em doca seca depois de uma vitória inicial da Burford antes de Akhmedov persuadir os tribunais locais a liberarem o barco.
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