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Indústria automobilística aposta no carro inteligente na feira CES 2011

07/01/2011 21h45

Fernando Mexía.

Los Angeles (EUA), 7 jan (EFE).- A indústria automobilística se propôs a levar a revolução digital ao volante com uma nova geração de veículos que incorporam aplicativos móveis como o sistema MyFord Mobile, apresentado nesta sexta-feira na feira tecnológica Consumer Electronics Show (CES), que ocorre em Las Vegas até domingo.

No que parece uma mudança de enfoque no setor automotivo, fabricantes como Ford, Toyota e Hyundai exibem na CES as perspectivas de um futuro em que os veículos serão um dispositivo mais conectado à internet e terão os motoristas como seus usuários.

A novidade veio do discurso proferido na feira pelo diretor-executivo da Ford, Alan Mulally, quem comparou o primeiro modelo de Focus elétrico, apresentado nesta sexta-feira em Las Vegas, com os populares telefones inteligentes.

"É mais que um carro, assim como o iPhone é mais que um telefone", disse Mulally, fazendo referência ao telefone da empresa Apple - ausente do evento.

O novo Ford Focus é impulsionado por um motor abastecido por baterias de íon de lítio, gerando uma potência equivalente a 123 cavalos. Suas baterias levam três horas para recarregar.

Certamente o Focus movido a eletricidade reduz a distância entre o automóvel e o computador, com um conceito de utilitário integrado às novas tecnologias, além dos sistemas de sincronização por bluetooth para fazer chamadas no modo 'mãos livres'.

Junto ao Focus elétrico, que tem autonomia de 160 quilômetros e velocidade máxima de 135 km/h, a Ford divulgou o aplicativo MyFord Mobile para dispositivos portáteis como o iPhone e os que usam o sistema operacional Android, da Google.

Esse software permitirá ao usuário saber de qualquer lugar quanta bateria ainda resta ao carro, onde se localiza o posto de gasolina mais próximo e traçar uma rota que se ativará quando o veículo iniciar. Também será possível registrar um histórico com os hábitos de condução do motorista.

Entre outras coisas, o usuário poderá saber se sua forma de dirigir é muito ou pouco eficiente em termos de consumo, comparando com outras pessoas que usam o mesmo carro. O motorista poderá compartilhar essas informações em redes sociais e, além disso, saber quanto dinheiro se economiza em combustível.

Em termos de sistemas antirroubo, a última novidade veio da sul-coreana Hyundai, que apresentou na CES o software Blue Link, desenvolvido para estabelecer um perímetro máximo ao deslocamento do carro no qual estiver instalado.

Dessa forma, o veículo irá frear progressivamente se ultrapassar o limite fixado pelo proprietário, que receberá uma mensagem de texto pelo celular com o alerta da incidência.

As empresas automobilísticas lançaram serviços como o EnTune da Toyota, que permite fazer reservas em um restaurante e comprar ingressos para o cinema do próprio carro, enquanto companhias eletrônicas como a Pioneer apresentaram um programa para levar o YouTube às telas do utilitário.

A General Motors (GM) antecipou a chegada de videoconferências através do Skype para os proprietários de Buick Lacrosse, automóvel que em sua versão de 2011 poderá ter câmeras embutidas que, entre outras coisas, filmarão os impactos ao carro e farão um upload dos vídeos à 'nuvem' da internet, servindo assim como prova de um acidente.

A conexão à internet dos automóveis, embora possa tornar a vida mais fácil, também faz com que a ameaça de ataque de hackers atinja também os motoristas.

Alguns analistas como Thilo Koslowski, da empresa de pesquisa Gartner, consideram que, atualmente, o software aplicado em veículos carece de potentes sistemas de defesa, o que poderia facilitar o roubo de informações privadas ou que, no futuro, hackers possam controlar um carro à distância.