Canadá denuncia que Facebook se nega a cumprir leis de privacidade do país
Toronto, 25 abr (EFE).- O Canadá denunciou nesta quinta-feira que o Facebook se nega a cumprir as leis de privacidade do país e assumir a responsabilidade sobre as informações dos cidadãos do país.
Uma investigação conduzida pelo Escritório da Comissão de Privacidade do Canadá, órgão ligado ao parlamento do país, e divulgado nesta quinta-feira sobre o escândalo da Cambridge Analytica disse que o Facebook "cometeu graves infrações".
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O comissário de Privacidade do Canadá, Daniel Therrien, afirmou em comunicado que a recusa do Facebook em agir de forma responsável é "gravemente preocupante dada a vasta quantidade de informação pessoal delicada que os usuários confiaram à companhia".
Therrien antecipou que entrará com uma ação no Tribunal Federal para forçar o Facebook a corrigir a proteção da privacidade no país.
O comissário destacou que, apesar de o Facebook ter reconhecido publicamente que cometeu erros no escândalo da Cambridge Analytica, na verdade a empresa se nega a reconhecer que violou a lei.
"A contradição entre as promessas públicas do Facebook para mudar a privacidade e a recusa em encarar os graves problemas que identificamos, e inclusive reconhecer que violou a lei, é muito preocupante", explicou Thierren.
A comissão foi especialmente crítica com o Facebook porque muitas das transgressões já haviam sido descobertas em uma investigação realizada em 2009. Segundo o comissário, se a empresa tivesse adotado as recomendações feitas na época, os danos do escândalo da Cambridge Analytica no país seriam mitigados.
A Cambridge Analytica teve acesso a dados de 87 milhões de usuários do Facebook. As informações foram usadas para que a consultoria ajudasse políticos a influenciar a opinião de eleitores de vários países em diversas campanhas eleitorais. EFE