Consumo de álcool adulterado na República Dominicana mata 109 pessoas em 3 semanas
Em entrevista coletiva, Sánchez disse que houve 130 casos de intoxicação pelo consumo de clerén, um destilado clandestino de cana, popular entre pessoas de baixa renda e que foi adulterado com metanol.
"O exame laboratorial indica mais de 50% de metanol (na composição da bebida). Não sei como (algumas das vítimas) chegaram vivas ao hospital", afirmou o ministro em uma entrevista convocada, a princípio, para a divulgação de dados da pandemia do novo coronavírus na República Dominicana - onde a Covid-19 deixou 267 mortos.
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A última divulgação oficial sobre o total de vítimas da bebida adulterada tinha sido feita no último dia 16, quando foram anunciadas 42 mortes.
O ministro também informou que a Polícia Nacional, em colaboração com o Ministério Público e a Diretoria Geral de Medicamentos, realizou operações na quinta-feira para desmantelar mais laboratórios de clerén.
Sánchez anunciou que o governo vai intervir em locais que vendem essa bebida e, segundo ele, exercem "atividade criminosa".
As primeiras mortes pela bebida adulterada foram registradas em 7 de abril, quando seis pessoas morreram no município de Santo Domingo Este.
A maioria das vítimas é de pessoas pobres, que bebem bebidas clandestinas por não terem condições de pagar por bebidas destiladas legítimas e de maior qualidade, como o rum, a mais popular no país caribenho.
O clerén pode às vezes ser contaminado por metanol durante seu processo de produção, quando o fabricante destila a madeira para usar como matéria-prima ou como aromatizante, ou quando são adicionados solventes de tinta para tornar o produto mais barato.
Esta não foi a primeira vez que o clerén adulterado causou mortes na República Dominicana.
Em dezembro de 2017, 12 pessoas morreram após um velório no município de Pedro Santana, perto da fronteira com o Haiti, mas nunca houve tantas mortos em tão pouco tempo, algo que as autoridades consideram estar relacionado ao aumento do consumo de álcool devido às medidas de contenção impostas para conter a propagação da pandemia do coronavírus.