Sem reformas, País talvez estivesse caminhando para uma moratória, diz Maia
Erich Decat, Carla Araujo e Idiana Tomazelli
Brasília
16/05/2017 11h49
A ampliação do diálogo com os prefeitos é uma das estratégias que deverá ser reforçada nesta semana pelo governo para diminuir as resistências nas bases eleitorais dos parlamentares às reformas discutidas atualmente no Congresso.
"O que nós precisamos e estamos tentando implementar é reorganizar as contas publicas, fazer um ajuste na Previdência... acreditamos que as reformas vão acabar com distorções importantes", ressaltou o deputado, destacando que sem as reformas talvez o País estivesse caminhando para uma moratória.
"A Previdência será insolvente em curto prazo se nada for feito", emendou ao reforçar a que a aprovação das reformas terão impacto na vida da população em geral.
No discurso, Maia ressaltou ainda as distorções ocorridas desde a Constituinte de 1988 referentes às criações de programas que impactam os orçamentos municipais e a necessidade da discussão, após a aprovação da Previdência, de uma reforma tributária. "Para que a gente possa pensar depois um pacto federativo de verdade e uma reforma tributária de verdade", disse.
Vetos
Com a palavra, o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), destacou a possibilidade de se avançar numa negociação para se derrubar os vetos realizados na reforma do Imposto sobre Serviços de qualquer natureza (ISS). A reforma fixa em 2% a alíquota mínima do imposto e amplia a lista de serviços alcançados pelo ISS. O principal veto é sobre a arrecadação do ISS no local de consumo do serviço.
"Provavelmente teremos sessão do Congresso para discutir possibilidade de derrubada de veto do ISS... poderemos ter discussão da origem e destino deste imposto", disse o tucano. "A distorção precisa ser corrigida com muita urgência; pode ser o primeiro e modesto passo em relação a reforma tributária", emendou.
Segundo o tucano, o Senado Federal também "vai ajudar a socorrer, acudir e salvar as prefeituras".
Antes dos discursos de Maia e Lima, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, anunciou apoio da entidade à reforma da Previdência.