Tendências: com chance de novas denúncias, mercado incorporará riscos às reformas
Francisco Carlos de Assis
São Paulo
26/06/2017 23h04
De acordo com Cortez, embora a denúncia estivesse sendo esperada, ela gera um fato novo que aumenta as repercussões politicas, dificultando a comunicação do governo, seja na esfera legislativa, em relação à tramitação das reformas, seja no processo de defesa do mandato. "Afeta também a relação do governo e os sinais que ele emite para o mercado", disse o analista.
Para Cortez, ficou o sinal de que mesmo que Temer permaneça no governo, ocorrerá um efeito relevante do ponto de vista do timing da aprovação das reformas no sentido da medida em si e de seu conteúdo. Na avaliação do analista, dado que o ministro da Fazenda já disse que não há um plano B no tocante às reformas, o governo precisará fazer algumas mudanças de conteúdo para tentar viabilizar as mesmas.
"Mas isso passa a ser secundário porque o pouco capital político do governo deverá ser usado para tentar afastar o risco da interrupção (do mandato de Temer)", previu Cortez. Para ele, o que pode levar este governo a seguir até 2018 é o elevado custo de se tentar encontrar um outro plano político alternativo que contemple uma série de interesses partidários e na relação com a sociedade.