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Em 7ª queda, BC reduz ritmo de corte, e taxa de juros vai para 10,5% ao ano

Giuliana Saringer e Denyse Godoy

Do UOL, em São Paulo

08/05/2024 18h35Atualizada em 08/05/2024 21h56

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros da economia em 0,25 ponto percentual, de 10,75% ao ano para 10,5% ao ano. Esta é a sétima queda consecutiva.

Entenda a decisão

A decisão de cortar 0,25 ponto percentual da taxa não foi unânime entre os nove membros do comitê. Votaram por uma redução desse tamanho o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes. Votaram por uma redução de 0,5 p.p. os diretores Ailton de Aquino Santos, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, que foram indicados para o BC pelo governo Lula em 2023.

O corte havia sido de 0,5 p.p. nas seis reuniões anteriores do comitê. A Selic ficou em 13,75% ao ano de agosto de 2022 a agosto de 2023, quando o BC começou a reduzir a taxa.

O Copom não chegou a analisar eventuais efeitos das chuvas no RS na inflação. No comunicado, o comitê citou como riscos de alta para o cenário inflacionário as pressões globais nos preços e a inflação no setor de serviços.

Os membros do comitê concordam que o cenário global é incerto. Em comunicado, o Copom diz que o ambiente externo está mais adverso com a incerteza elevada e persistente no início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos. Também consideram a velocidade com que da queda da inflação de forma sustentada em diversos países.

Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
Copom, em nota

No Brasil, o grupo avalia que existe uma resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela. A postura é de manutenção da política contracionista até que haja desinflação e ancoragem das expectativas.

Na última reunião, realizada em março, o Copom já havia sinalizado que deveria reduzir a Selic em 0,5 p.p. neste mês. No entanto, a diminuição do ritmo de queda para 0,25 p.p. já era esperada pelo mercado, pelo cenário externo mais delicado e a preocupação com as contas públicas.

O que muda?

Juros menores deixam o crédito mais barato, favorecendo o consumo. Cortes na Selic têm reflexo nas taxas cobradas por bancos e lojas, o que ajuda a impulsionar o consumo das famílias. Esse efeito não é imediato, e os impactos mais relevantes serão sentidos pela população ao longo do tempo.

Com mais crédito, famílias têm alívio no orçamento. A Selic é chamada de taxa "básica" porque serve como referência para outros juros do mercado, como os cobrados em empréstimos e financiamentos. Ou seja: quem vai financiar um carro ou um imóvel, por exemplo, pode ter um respiro.

Corte nos juros pode estimular a geração de empregos. Quando os juros estão altos, o custo de operação de uma empresa também é maior, o que desestimula investimentos e contratações. À medida que a Selic cai, empresários ficam mais dispostos a tomar riscos para crescer e, consequentemente, gerar empregos.

Investimentos de risco, como ações, tendem a ser mais buscados. Com o tempo, a contínua redução dos juros torna menos atrativos os investimentos em renda fixa, como títulos do Tesouro, CDB e LCI. Isso pode gerar uma migração para ativos mais arriscados, como ações e renda variável.

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