Atividade lenta reduz confiança do empresário, diz FGV
Daniela Amorim
Rio
01/10/2018 14h21
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 1,9 ponto em setembro ante agosto, para 89,5 pontos, o menor patamar desde setembro do ano passado, quando estava em 87,8 pontos. A expectativa é o indicador que não apresente nem melhora nem piora significativa até o fim do ano, diante do cenário de incerteza elevada, disse Campelo Junior.
Embora a greve dos caminhoneiros - que bloqueou estradas de todo o País por 11 dias ao fim de maio - tenha representado um choque na confiança do empresariado, a tendência já era de redução. O ponto de virada foi no início de 2018.
"A confiança hoje está muito baixa em termos históricos", disse Campelo Junior. "A confiança passou a cair no final do ano passado, na virada do ano, e tem a ver com a desaceleração (da atividade econômica) que realmente houve", afirmou.
A piora tem sido puxada pelas expectativas do empresariado. Em setembro, o Índice de Situação Atual caiu 0,8 ponto, para 88,4 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) recuou 1,3 ponto, para 95,4 pontos, o terceiro mês consecutivo de perdas.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria de Transformação, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
Segundo Campelo Junior, é difícil que haja um aumento considerável na confiança em 2018, mas também não deve ocorrer uma queda acentuada, qualquer que seja o resultado das eleições.
"A incerteza é muito grande, mas não deve haver nenhuma explosão. A economia está caminhando relativamente bem. Passado esse período eleitoral, é possível imaginar a incerteza até caindo um pouco, com alguns empresários desengavetando projetos, contratações", estimou o superintendente do Ibre/FGV.
Entre os resultados setoriais, apenas o Índice de Confiança da Construção avançou em setembro ante agosto, ao subir 0,9 ponto. O Índice de Confiança da Indústria, que encolheu 3,6 pontos, teve a maior contribuição para a queda do índice global.