Onyx cita 'banho de sangue' de Pinochet para adotar medidas macroeconômicas
Julia Lindner
Brasília
21/03/2019 15h45
"O Chile lá atrás teve que dar banho de sangue para mudar princípios macroeconômicos. Já passaram oito governos de esquerda no Chile e nenhum tocou nisso. Graças a Deus no Brasil e, infelizmente na parte pessoal, o único sangue derramado foi o do capitão Jair Bolsonaro", disse o ministro ao Broadcast Político, em referência ao atentado sofrido pelo presidente na campanha eleitoral.
"É uma coisa curiosa até do ponto de vista histórico. No Chile uma coisa sangrenta, e o Chile se rearrumou. No Brasil foi o dele, e graças a deus ele está aí firme e forte. Mas a gente está propondo caminho muito similar ao do Chile (em relação ao modelo previdenciário), e melhor", afirmou Onyx no início da semana. "O Chile também teve lá seus problemas porque fundo de capitalização sempre é coisa complicada, de vez em quando aparece um espertalhão", afirmou Onyx no início da semana.
Na rádio Gaúcha, ele repetiu o raciocínio e foi alvo de críticas dos ouvintes. Ao final, questionado sobre o que quis dizer com a declaração e ciente da repercussão, classificou a ditadura como uma "revolução sangrenta" e disse que, provavelmente, "a turma da esquerda se incomodou" por ele ter reconhecido "algum mérito no governo Pinochet". "E no Brasil, que o presidente teve de dar seu sangue? Ninguém ficou revoltado?", questionou.
No Chile, Bolsonaro terá dois objetivos principais: estreitar relações com a cúpula presidencial para a integração sul-americana, e eventual criação de um novo fórum para desenvolvimento, o chamado Prosul, e intensificar a agenda bilateral com o país, segundo maior parceiro comercial do Brasil.