Rodrigo Maia diz que não vê consequência para Previdência com prisão de Temer
Camila Turtelli e Mariana Haubert
Brasília
21/03/2019 16h04
Em relação ao adiamento da indicação do relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Nova Previdência na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ), Maia disse apenas que, no colegiado, a responsabilidade é do PSL. A comissão é presidida pelo deputado Felipe Francischini (PSL-PR), que decidiu nesta quinta adiar a escolha do relator até que o governo dê mais explicações sobre o projeto de lei dos militares. "CCJ é do partido do presidente. Lá é com ele", disse Maia.
O presidente da Câmara está nesta quinta sofrendo ataques nas redes sociais, inclusive no perfil do filho de Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSL-RJ). No Instagram, Carlos escreveu: "Por que o presidente da Câmara está tão nervoso?" e reproduziu um texto que fala sobre o embate recente entre Maia e o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Na quarta-feira, Maia respondeu com firmeza as declarações de Moro. O ministro da Justiça queria que Maia revisse o prazo dado ao pacote de medidas de segurança pública enviado à Câmara. No entanto, o parlamentar já havia decidido anteriormente que a Casa só iria analisar os projetos de segurança, após a aprovação da Previdência. Em nota, Moro afirmou que "talvez alguns entendam que o combate ao crime pode ser adiado indefinidamente, mas o povo não aguenta mais". A frase foi interpretada como um recado para Maia sobre os episódios desta quinta.
Questionado se ele vê nas declarações de Moro e Carlos Bolsonaro um ataque à classe política, Maia disse que não. "Eu apenas estou respeitando a Constituição. Os poderes são independentes", declarou.