Mansueto evita dizer que agências de rating estão atrasadas, mas cita indicadores
Francisco Carlos de Assis e André Ítalo Rocha
São Paulo
05/12/2019 17h32
"Elas, as agências, têm o ritmo de trabalho delas e podem falar, enfim, se estão adiantadas ou atrasadas. Elas olham indicadores muito objetivos que é como está a trajetória da dívida do País e se há riscos de não pagamento de dívidas externas", disse ele, lembrando que o Brasil hoje tem um volume de reservas enorme.
Afirmou que não há risco de default de dívida externa e que, atualmente, da dívida pública brasileira, a porção que está na mão de estrangeiro é apenas 11%. "É uma parcela muito pequena e nós saímos de um País que há três anos tinha uma taxa de juro real de 8% do título mais longo para atuais 3,5%. O título mais curto chegou a ficar agora abaixo de 1%", afirmou.
Ele reforçou que o cenário de juro modificou totalmente a dinâmica da dívida e que esse conjunto com a recuperação das contas públicas, do primário, receitas menos despesas, vai nos levar para uma trajetória de dívida surpreendente.
"Há três meses, pela projeção do Tesouro, a dívida pública ia chegar perto de 83% do PIB em 2023 e só a partir daí cairia, cumprindo o teto dos gastos. Agora, na nossa nova projeção, não chega a 80% do PIB", disse Mansueto, acrescentado que 2019 vai se encerrar com a dívida pública muito perto da do ano passado.
Ele lembrou que este ano começou com previsão de que o BNDES pagaria R$ 26 bilhões e no final do ano o BNDES terá pago R$ 123 bilhões.
Por isso, de acordo com o secretário, neste aspecto as agências podem estar atrasadas. Ele lembrou que a única agência que divulgou relatório mais recentemente foi a Fitch, que trabalhava com déficit nominal de 7% do PIB e déficit primário de 1,9%. "Nosso déficit primário nominal vai ser de 6% do PIB. Elas agências estavam olhando as metas, mas os indicadores melhoraram muito neste semestre. Neste aspecto, as agências podem estar atrasadas", disse.