S&P retira grau de investimento da Embraer, ao rebaixar rating para BB+
Gabriel Bueno da Costa e Iander Porcella
15/06/2020 17h39
A Embraer deve registrar queda de cerca de 50% em suas entregas de jatos comerciais em 2020, o que levará a uma lucratividade "significativamente mais fraca" e a uma "queima de caixa" ("cash burn") de cerca de US$ 800 milhões por causa dos efeitos da covid-19. Com isso, a S&P diz projetar que a relação entre a dívida líquida e o Ebitda da empresa ficará acima de 8,0 vezes no fim deste ano. Em seu cenário-base, a Embraer não queimará caixa em 2021 e sua relação entre dívida e Ebitda deve recuar para entre 2,7 e 3,2 vezes.
A S&P diz ainda que a perspectiva negativa reflete a incerteza sobre a chance de que as margens de Ebitda da Embraer fiquem acima de 10% e os riscos de demanda mais fraca do que a projetada nos próximos 12 meses.
A agência cita ainda em seu comunicado o fim do acordo com a Boeing, além dos efeitos da pandemia para os negócios. Por outro lado, diz acreditar que a Embraer será uma das primeiras no setor a se beneficiar quando houver uma recuperação, diante de seu foco em aviões menores, voltados para mercados regionais, e citando que seus jatos para o setor de defesa e os executivos são segmentos mais resistentes aos impactos da crise.