Liquidação nas moedas de mercados emergentes não apresenta sinais de trégua
Dow Jones Newswires
Nova York
18/08/2020 14h56
Investidores estão cautelosos e os níveis da pandemia em países mais pobres, que tiveram problemas estruturais exacerbados, levaram à saída de bilhões de dólares que ainda não retornaram. As moedas desvalorizadas representam uma grade ameaça, já que podem alavancar a inflação, diminuindo o poder de compra da população. Além disso, o temor de que os bancos centrais sejam incapazes de evitar um declínio monetário pode levar a um êxodo ainda maior de investimentos estrangeiros.
Analistas acreditam que as moedas de emergentes não vão se recuperar até ocorrer o aumento da demanda por materiais que eles exportam, como petróleo e cobre. Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento devem experimentar uma contração de 2,5% em 2020, de acordo com o Banco Mundial, a primeira queda no grupo em pelo menos 60 anos.
Brasil, Índia, Rússia e África do Sul estão entre as cinco nações com mais casos de covid-19, de acordo com a Universidade John Hopkins. Com base nas contaminações, Simon Harvey, analista de moedas da Monex Europe avalia: "ainda há muito risco nestes mercados".
Uma menor volatilidade e uma queda nos yields por cortes nos juros podem encorajar investidores a voltarem aos mercados emergentes, mas Harvey indica que é improvável que isso ocorra antes da primeira metade do próximo ano. Vários destes países reduziram suas taxas de juros, o que os tornou ainda menos atrativos para investidores.