Política fiscal deve permanecer no centro dos esforços de estabilização, diz BCE
André Marinho
São Paulo
11/11/2020 10h51
Segundo a dirigente, a pandemia produziu uma recessão inédita, com o setor de serviços no centro do choque, enquanto a indústria demonstra mais resiliência.
Esse cenário, disse ela, tende a acarretar em uma retomada mais lenta, por conta do impacto na demanda. "Como os serviços são mais intensivos em mão de obra, as recessões causadas pelos serviços têm um efeito desproporcional sobre os empregos", ressaltou.
Para Lagarde, o processo de recuperação não será linear e terá trajetória instável. Na avaliação dela, os riscos negativos para a atividade econômica aumentaram nas últimas semanas, sobretudo com o avanço recente do coronavírus. "Mesmo que essa segunda onda do vírus se mostre menos intensa que a primeira, ela não representa menos perigo para a economia", argumentou.
A líder do BCE acrescentou que, apesar de notícias positivas sobre o desenvolvimento de uma vacina eficaz, ainda deve haver novos ciclos de infecções até que ela esteja amplamente disponível. Por isso, o impacto econômico da covid-19 deve ser sentido ao longo de 2021.
"Uma resposta política contínua, poderosa e direcionada é, portanto, vital para proteger a economia, pelo menos até que a emergência de saúde passe", salientou Lagarde.