Para FMI, zona do euro não deve retirar estímulos fiscais prematuramente
Matheus Andrade
São Paulo
30/11/2020 14h09
Sobre o Banco Central Europeu (BCE), indicou que apoia a intenção do conselho de "recalibrar" suas medidas de estímulo na próxima reunião, marcada para dezembro. "Se for necessário o BCE fazer mais, tem de fazê-lo", afirmou.
"Temos de reconhecer que os apoios durante a crise foram sem precedentes", indo "além do esperado" e conseguindo evitar um colapso bancário e nos empregos na zona do euro, avaliou. Segundo ela, as medidas de apoio foram generalizadas, e o objetivo agora deve ser tornar as ajudas mais direcionadas. A líder do FMI reforçou que empréstimos de má qualidade devem ser evitados e os setores com mais capacidade de geração de empregos devem ter prioridade, ainda que seja complicado enfrentar pressão e lobby.
Para ela, o pior cenário é não haver recuperação em 2021, com vacinas não sendo entregues e havendo uma terceira onda de covid-19. O FMI, segundo Georgieva, trabalha com a expectativa de disponibilidade de vacinas na zona do euro no meio de 2021 e no mundo todo até o final de 2022.
As condições atuais são estimulantes para reformas, indicou Georgieva, com especial enfoque em uma transição verde. Espanha e Itália estão tendo problemas com as dívidas, mas o momento de juros baixos pode ser utilizado para tornar a economia "mais competitiva e em trajetória de maior crescimento".
Para Georgieva, o tamanho dos fundos atuais para recuperação é adequado, a "questão é a qualidade dos gastos", avaliou. Sobre os investimentos do programa Nova Geração da União Europeia, "esperamos que ele estimule reformas", disse Georgieva, mais uma vez enfatizando uma economia verde.