G20: Extensão de suspensão de dívida é tema de 1ª reunião do setor financeiro
Célia Froufe
Brasília
25/01/2021 16h24
Com data marcada para se encerrar em junho deste ano, a DSSI permite que os países mais pobres suspendam os pagamentos oficiais do serviço da dívida de forma bilateral. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, a iniciativa tem facilitado "significativamente" gastos de alguns países relacionados com a pandemia. Desde o ano passado, há um grande debate entre os países sobre se a medida deve prevalecer ou ser descontinuada.
"Em 2020, o G20 deu uma resposta extraordinária para atender às necessidades imediatas de liquidez dos países mais vulneráveis. Em 2021, o G20 continuará a monitorar a e a discutir sua potencial extensão", trouxe o documento da organização distribuído aos participantes da 1ª Reunião de Representantes de Finanças e Banco Central do G20. O grupo, que volta a se reunir amanhã, também promete examinar a arquitetura para a reestruturação da dívida soberana envolvendo credores do setor privado. "A crise da covid-19 exacerbou as vulnerabilidades da dívida preexistente em várias economias emergentes e em desenvolvimento."
Os representantes financeiros que estão logo abaixo dos ministros de Economia e de presidentes de bancos centrais falaram ainda sobre digitalização e da exposição que a pandemia deu à necessidade de aumentar a resiliência da arquitetura financeira internacional, inclusive por meio de uma melhor gestão dos riscos decorrentes da volatilidade excessiva dos fluxos de capital. "Em 2021, o G20 deve começar a se concentrar nas necessidades de financiamento de longo prazo dos Países de Baixa Renda (PBR), enquanto persegue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)."
Sobre infraestrutura, o grupo discutiu que a lacuna existente de investimento no setor não pode ser fechada sem uma maior atenção à resiliência de longo prazo. "Em particular, a manutenção devidamente financiada e planejada e gerenciada de maneira ideal ajudaria a preservar os ativos de infraestrutura ao longo de seu ciclo de vida, minimizar perdas e interrupções e garantir o fornecimento de serviços de infraestrutura seguros, confiáveis e de alta qualidade", trouxe o documento do grupo.
Os debates que ocorrem na reunião de segundo escalão da área financeira do G20 servem para pavimentar os acordos e definições feitas pelos presidentes de bancos centrais e ministros de Finanças. A reunião desse grupo está marcada para o final do mês que vem e será realizada por meio de videoconferência por causa da pandemia.