Alta do dólar e queda da renda reduzem importação de bens industriais em janeiro
Daniela Amorim
Rio
18/02/2021 10h20
A única exceção foi a importação de bens intermediários, que cresceu 4,0% em janeiro de 2021 ante janeiro de 2020. O volume importado de bens de consumo semiduráveis despencou 25,6% no período; o de bens de consumo não duráveis caiu 8,2%; bens de consumo duráveis recuaram 17,6%; e bens de capital encolheram 3,0%.
O volume exportado pela indústria de transformação brasileira cresceu em bens de consumo duráveis (16,5% em janeiro de 2021 ante janeiro de 2020, puxado pelo setor automotivo) e bens de consumo não duráveis (4,3%). Houve redução nas exportações de bens de capital (-9,1%), semiduráveis (-15,9%) e intermediários (-8,6%).
Em janeiro de 2021, o volume exportado pelo Brasil cresceu para a China (4,9% ante janeiro de 2020), Argentina (28,6%) e para os demais países da América do Sul (11,3%).
"Se mantido o atual patamar do câmbio, por volta de R$/US$ 5,00 e a expectativa de crescimento positivo na Argentina, de cerca de 4%, é possível que as exportações de manufaturas continuem aumentando. Lembra-se que no ano passado, a queda foi muito acentuada, assim a comparação é feita com um referencial de baixo nível de volume. Essa mesma consideração se aplica aos 'Demais países da América do Sul', ou seja, perspectiva de crescimento das exportações", apontou a FGV, em nota oficial.
Quanto ao volume importado, houve recuo de 32,0% nas compras brasileiras da China em janeiro, mas avanço de 18,3% da Argentina e 22,5% dos demais países da América do Sul. O resultado é puxado pela aquisição de energia elétrica da Argentina e cobre do Chile, além de adubos e fertilizantes.
A balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 1,1 bilhão em janeiro. O volume exportado caiu 3,0% ante janeiro de 2020, enquanto o volume importado cresceu 1,6%.