Buscando financiamento, Fernández diz que Argentina tem 'inveja' do BNDES
Eduardo Gayer e Giordanna Neves
Buenos Aires (Argentina) e São Paulo
23/01/2023 16h06Atualizada em 23/01/2023 16h37
Interessado em financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para exportar gás de xisto de Vaca Muerta para o Brasil, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta segunda-feira que seu país tem "inveja" do banco público brasileiro.
"Eu não sei o que acontece no Brasil, mas aqui na Argentina nós só temos inveja do BNDES. É uma ferramenta de crescimento sensacional que soube ser aproveitada durante longos anos", declarou o líder argentino após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Fernández, ele e Lula têm a mesma visão sobre o papel dos bancos públicos.
Temos que licitar imediatamente a segunda parte do gasoduto para aproveitar a inércia da construção da primeira etapa e tratar rapidamente de chegar a esse ponto de união e transpassar o gás que o Brasil precisa. E mais quando os dois países estão sofrendo a declinação na produção de gás da Bolívia"
Alberto Fernández
"A decisão de que o BNDES faça financiamentos está nas mãos do Brasil", acrescentou.
Para o presidente da Argentina, resistências à participação dos presentes de Cuba e Venezuela na cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), marcada para a terça-feira, vêm dos meios de comunicação.
"A reunião amanhã da Celac é uma reunião que reúne países da América Latina e Caribe. Portanto, todos os países membros estão convidados. Não temos nenhum poder de veto nem queremos ter. Portanto, a presença dos presidentes de Cuba e Venezuela é mais uma inquietação de alguns meios de comunicação da Argentina do que da Celac", declarou Fernández, que participará do encontro, assim como Lula.