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Relatório da reforma tributária deve ficar pronto para votação até outubro

Vista do plenário da Câmara dos Deputados antes do início da votação do texto da reforma tributária, em Brasília Imagem: 6.jul.2023 - Cláudio Reis/Estadão Conteúdo

Brasília

12/07/2023 08h53Atualizada em 12/07/2023 09h28

O relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), afirmou nesta terça-feira, 11, não ver espaço para que haja aumento da carga tributária com a aprovação da proposta de mudança nos impostos sobre o consumo. "Eu não vejo espaço para aumento de carga tributária no País", disse ele, em entrevista coletiva.

A previsão é de que seu relatório seja apresentado em outubro para votação no Senado. Braga sinalizou ainda que pretende fazer alterações no texto aprovado na Câmara, o que fará com que a proposta tenha de voltar para a Câmara. Apesar disso, ele estima que a promulgação da proposta de emenda constitucional (PEC) ocorra ainda neste ano.

Braga diz que solicitou estudos do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento sobre os impactos da medida, assim como cálculos de Estados e de setores econômicos que já o procuraram para tratar de alterações no texto.

"Tudo agora nós queremos analisar com números. Eu acho que, nos conceitos, a Câmara discutiu muito. Agora, já que tem um modelo colocado de pé, nós queremos poder quantificar esse modelo e verificar os impactos que esse modelo efetivamente está indicando", afirmou.

Haddad

O senador demonstrou discordância com a ideia defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao podcast O Assunto, do portal G1, de antecipar o envio da reforma sobre a renda. Para o chefe da Fazenda, a reforma dos tributos sobre o consumo poderia tramitar simultaneamente à da renda - que o governo pretende enviar no segundo semestre.

"Eu, sinceramente, sou daqueles que acham que é uma questão de cada vez. Se pudéssemos concluir pelo menos essa segunda fase da reforma tributária para poder enfrentar a questão da renda, talvez fosse melhor", disse Braga. "Mas isso não compete a nós; essa iniciativa é do Executivo e quem estabelecerá o tempo em relação a isso será o Executivo."

Ele falou ainda sobre proposta de "fatiar" a reforma, aprovando primeiro os pontos que têm consenso no Senado. "A percepção que nós temos é de que é quase impossível você fatiar uma PEC sobre uma matéria sistêmica, como a reforma tributária. Portanto, ela terá de ser tratada como um todo para que não fique atrofiada de um lado e capenga do outro."

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