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Reforço nas apostas de queda dos juros dos EUA anima Ibovespa, que toca os 134 mil pontos

São Paulo

15/08/2024 11h43

O Ibovespa sobe desde a abertura nesta quinta-feira, 15, e, pouco antes do fechamento deste texto, superou os 134 mil pontos pela primeira vez desde o final de 2023, aproximando-se da máxima histórica, de 134.391,67 pontos, observada em 28 de dezembro do ano passado.

A alta acompanha a valorização das bolsas internacionais, em meio a expectativas de corte de juro nos EUA, em setembro, embora em magnitude inferior a um recuo de meio ponto porcentual esperado por muitos anteriormente.

O Índice Bovespa continua sendo atrativo, conforme destaca Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3. "Ainda está descontado", diz, ponderando que a relação entre o preço e o lucro da carteira do Ibovespa estava em torno de 7 e agora já se aproxima de 10.

Além de considerar que a carteira do Ibovespa ainda está "atrativa", Gustavo Corradi Matos, CIO da Medici Asset, a indicação de que a economia dos Estados Unidos não está caminhando para uma recessão, conforme sugeriram os indicadores de atividade divulgados hoje, alivia. "Muda um pouco a dinâmica global. Além disso, os balanços das empresas, no geral, vieram bons, e há o debate de alta da taxa Selic. Então, com esta ideia de queda dos juros americanos e esse debate no Brasil sobre a Selic ajuda", descreve.

Matos, CIO da Medici, lembra ainda que após o estresse nos mercados provocados pela alta dos juros no Japão e dados forte de emprego nos Estados Unidos, com o payroll de julho, o quadro passou por alívio, com o prÊmio de risco de emergentes melhorando. "O Ibovespa teve a oitava alta seguida ontem e o dólar acomodou um pouco", diz.

Nesta quarta-feira, o Ibovespa fechou com alta de 0,69%, aos 133.316,99 pontos, no maior nível em pontos deste ano.

Conforme Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, o Índice Bovespa pode buscar novas marcas recordes de pontuação em torno dos 135 mil pontos, desde que os mercados do exterior trabalhem nessa direção.

No Brasil, ruídos políticos e a pauta fiscal ficam no foco. Hoje é esperada a análise do projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos. Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino suspendeu todas as emendas impositivas de parlamentares ao Orçamento da União até que o Congresso crie regras para a execução dos repasses que observem requisitos de transparência, rastreabilidade e eficiência.

"A aprovação do projeto de renegociação de dívidas dos Estados traz certa cautela", pontua Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Hoje, saíram indicadores de atividade dos Estados Unidos. As vendas do varejo subiram mais do que o esperado em julho e o índice de atividade Empire State ficou em -4,7 em agosto, ante previsão de -5, enquanto os pedidos semanais de desemprego cederam. No geral, reforçaram resiliência da economia americana, afastando a possibilidade de uma recessão.

O recuo de 2,09% do minério de ferro no fechamento hoje em Dalian, na China, limita um pouco o Ibovespa. Além disso, o gigante asiático divulgou alguns indicadores com resultados divergentes. As vendas no varejo do país subiram mais do que o esperado em julho na comparação anual, a produção industrial cresceu aquém do previsto por analistas e as vendas de moradias recuaram menos do o estimado, mas ainda estão em níveis elevados.

Às 11h19, o Ibovespa subia 0,50%, aos 133.978,42 pontos, ante alta de 0,56%, quando marcou máxima aos 134.057,65 pontos, depois de atingir mínima aos 133.318,76 pontos, com variação zero. Com o petróleo avançando, Petrobras subia entre 1,11% (PN) e 0,37% (ON). Já Vale ON caía 0,23% e CSN ON, -1,45%.

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