Garmam: Difícil Trump colocar tarifa linear de 10% a 20% em produtos que entram nos EUA
São Paulo, 13
13/11/2024 16h50
Para o diretor-executivo da Eurasia Group, Christopher Garmam, apesar de acreditar que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, vá cumprir as promessas de campanha, será difícil para o republicano colocar uma tarifa linear de 10% a 20% para todos os produtos de fora que entram na economia norte-americana.
Trump, para efeito de reforço de informações, prometeu uma tarifa de importação média para os produtos chineses que entram na economia americana de até 60% de um alíquota hoje de, em média, 11,3%. Ele prometeu colocar também uma tarifa linear de 10% a 20% em todos os produtos da economia americana.
"Difícil fazer isso. Achamos que a tarifa média de importação chinesa vai de 20% a 30%, não dá para 60%. O linear vai ser faseada", disse o cientista político da Eurasia, para quem o presidente americano não terá também como deportar 11 milhões de imigrantes ilegais.
"Pode esquecer isso. Não tem capacidade pessoal, não dá para contar com os Estados e municípios. A gente acha uma deportação modesta, de 1,5 milhões, razoável e em três anos. Mas se você pega as repercussões econômicas disso, ainda são grandes", disse.
De acordo com Garman, tem projeções de que mesmo fazendo um terço do que ele está prometendo, gera mais inflação, pode reduzir o PIB ao longo do tempo e pode arriscar a interromper a trajetória e cortes de juro pelo Federal Reserve (Fed).
"Os mercados estão reagindo para o lado positivo da agenda, como desregulação e menos impostos, que acho que virá. As repercussões que podem ser inflacionárias são mais incertas. Mas na nossa visão, a gente acha que vem algo mais forte do que muitos do mercado estão estimando", afirmou Garman.